Em visita ao Japão, Trump destaca aliança militar e econômica
Chefe da Casa Branca participou de eventos militares na base naval de Yokosuka
247 - Durante sua primeira viagem à Ásia em seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou nesta terça-feira (28) uma visita oficial ao Japão, onde se encontrou com a nova primeira-ministra Sanae Takaichi e participou de eventos militares na base naval de Yokosuka, informa a Reuters.
O presidente dos Estados Unidos reafirmou a aliança estratégica entre os dois países. Trump e Takaichi assinaram um documento conjunto sobre a cooperação na exploração e segurança de minerais raros, considerados essenciais para o desenvolvimento tecnológico e energético.
Elogios e reafirmação da aliança
Durante o encontro, Trump exaltou a parceria histórica entre os Estados Unidos e o Japão, chamando-a de “uma das mais notáveis relações do mundo”. Segundo ele, “essa aliança nasceu das cinzas de uma terrível guerra e se transformou, ao longo de oito décadas, na bela amizade que temos hoje. É um alicerce de paz e segurança no Pacífico”.O presidente americano também elogiou a nova premiê japonesa por sua vitória nas eleições. “Esta mulher é uma vencedora. Nos tornamos grandes amigos”, afirmou.
Determinação japonesa na defesa regional
Em seu discurso, Sanae Takaichi ressaltou o compromisso do Japão com o fortalecimento de suas capacidades de defesa e a importância da parceria com Washington. “Não há dúvida de que essa cooperação multifacetada entre Japão e Estados Unidos é o que garante a credibilidade de nossas duas nações”, declarou.Ela acrescentou: “A paz não pode ser preservada apenas com palavras. Ela só pode ser protegida com determinação e ação inabaláveis”.
Trump fala a militares em Yokosuka
Mais tarde, Trump visitou o porta-aviões USS George Washington, ancorado na base naval de Yokosuka, onde discursou a militares norte-americanos e japoneses. Ele elogiou o trabalho das tropas e destacou a nova postura de seu governo: “Diferente de administrações passadas, não seremos politicamente corretos. Quando se trata de defender os Estados Unidos, faremos o que for necessário”.
O presidente foi recebido com aplausos e posou para fotos com os militares, usando seu tradicional terno escuro, gravata vermelha e um boné branco com a inscrição “USA” e o número “45-47” — uma referência aos dois mandatos que ocupa na Casa Branca.
Pete Hegseth: “A força dos EUA está na unidade”
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, também discursou aos militares a bordo do USS George Washington. Diante das bandeiras dos dois países e de um painel com o lema “Peace Through Strength” (“Paz através da força”), ele defendeu o lema “America First”, mas destacou o papel dos aliados. “Temos aliados incríveis, como aqui no Japão, onde 55 mil americanos servem lado a lado com forças japonesas”, disse.Hegseth afirmou ainda: “Nossa força não está na diversidade, mas na nossa unidade, na nossa missão e no juramento à Constituição”. O secretário elogiou o desempenho dos militares e afirmou que o Departamento de Defesa — rebatizado por Trump como “Departamento de Guerra”, mudança que ainda depende da aprovação do Congresso — sempre estará ao lado das tropas.
Cooperação econômica e investimentos
Paralelamente à agenda militar, representantes dos dois governos discutiram novos projetos de investimento, incluindo iniciativas da Mitsubishi Heavy Industries em geração de energia e setor automotivo. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, o primeiro projeto conjunto pode ser anunciado ainda este ano.O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, também se reuniu com a ministra japonesa das Finanças, Satsuki Katayama, para tratar de política monetária. Ele destacou “o papel essencial de uma formulação sólida de política monetária e comunicação transparente para ancorar expectativas de inflação e evitar volatilidade cambial excessiva”.
Protestos em Tóquio
Enquanto Trump discursava em Yokosuka, um pequeno grupo de manifestantes protestou em frente ao Palácio Akasaka, em Tóquio. Um deles foi contido pela polícia após bater uma colher em uma panela em sinal de protesto contra a visita do presidente americano.
A visita de Donald Trump ao Japão reforça a aposta de Washington na consolidação da aliança no Indo-Pacífico, em meio ao aumento das tensões na região e à crescente influência da China.


