Em maio deste ano, Brasil e China reforçaram apelo por paz na Ucrânia
Declaração conjunta em Pequim antecipou clima de negociações que marca encontro desta sexta entre Trump e Putin no Alasca
247 – Brasil e China reafirmaram, em maio deste ano, seu compromisso com uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia, defendendo o início imediato de negociações diretas entre as partes como “único caminho” para encerrar o conflito. A posição, formalizada em uma declaração conjunta divulgada no dia 13 daquele mês, antecede o encontro desta sexta-feira (15) entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, para discutir um cessar-fogo e avanços no controle de armas nucleares.
A reunião, marcada para as 15h no horário de Brasília (19h GMT), será a primeira conversa presencial entre Trump e Putin desde que o norte-americano voltou à Casa Branca. Segundo a agência Reuters, além da busca por um cessar-fogo, também está em pauta uma proposta russa para um novo tratado nuclear, que substituiria o último acordo ainda em vigor e prestes a expirar em fevereiro de 2026. O gesto de Putin é visto como tentativa de oferecer algo que Trump deseja, em meio ao endurecimento das sanções ocidentais contra Moscou.
Na declaração de maio, Brasil e China saudaram a iniciativa apresentada por Putin em 10 de maio para abrir negociações de paz e a resposta positiva do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Os dois países destacaram que sinais recentes de disposição para o diálogo devem ser aproveitados para alcançar um entendimento que permita negociações produtivas, atenda às preocupações legítimas de todos os envolvidos e resulte em um acordo político justo, duradouro e vinculante.
O comunicado lembrou ainda que, em maio de 2024, os dois países já haviam feito um chamado para criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro do mesmo ano, lançaram o Grupo de Amigos para a Paz na ONU, reunindo nações do Sul Global para apoiar esforços de resolução da crise. “China e Brasil estão prontos, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para resolver a crise”, afirmava a nota.