TV 247 logo
      HOME > Mundo

      Diretora de inteligência dos EUA restringe aliados em informações sobre negociações Rússia-Ucrânia

      Decisão de Tulsi Gabbard limita repasse de dados até mesmo ao grupo Five Eyes e expõe divergências dentro da aliança ocidental

      A ex-deputada Tulsi Gabbard, indicada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para ser diretora nacional de inteligência, testemunha perante uma audiência de confirmação do Comitê de Inteligência do Senado, no Capitólio, em Washington, EUA, em 30 de janeiro de 2025 (Foto: REUTERS/Nathan Howard)
      Luis Mauro Filho avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - A ex-deputada democrata Tulsi Gabbard, atual diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, determinou que todas as informações ligadas às negociações de paz entre Rússia e Ucrânia não sejam compartilhadas com aliados de Washington. A medida foi revelada pela CBS News, que teve acesso ao memorando assinado em 20 de julho.

      De acordo com a emissora norte-americana, a ordem classifica os dados e análises relacionados ao processo como NOFORN – sigla que significa proibição de repasse a serviços de inteligência estrangeiros, inclusive aos integrantes do acordo conhecido como Five Eyes, que reúne EUA, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

      Impacto nas relações de confiança

      Fontes ouvidas pela CBS News alertaram que a decisão pode comprometer a confiança entre Washington e seus parceiros, construída historicamente em torno do compartilhamento de informações sensíveis. Ex-funcionários do governo, contudo, destacaram que medidas semelhantes já ocorreram no passado, quando interesses divergentes se impuseram dentro do próprio Five Eyes.

      A restrição se aplica apenas ao material produzido pelas agências de inteligência norte-americanas. Informações de natureza diplomática ou militar coletadas fora desse círculo, como dados de segurança repassados a Kiev, não estão abrangidas pela norma.

      Críticas à estratégia ocidental

      Gabbard tem se posicionado de forma crítica em relação à política externa de Washington e à postura da Otan. Para ela, o conflito na Ucrânia foi agravado pela recusa ocidental em reconhecer as “preocupações legítimas de segurança” da Rússia diante da possibilidade de ingresso ucraniano na aliança militar.

      Negociações restritas entre líderes

      O memorando antecedeu o encontro de 15 de agosto, no Alasca, entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nenhum aliado europeu nem representantes ucranianos foram convidados. Apesar de não haver acordo de cessar-fogo, os dois líderes classificaram o diálogo como “construtivo”.

      Nos dias seguintes, Trump recebeu em Washington o presidente ucraniano Vladimir Zelensky e líderes europeus. As conversas abordaram caminhos para a resolução do conflito e possíveis garantias de segurança a Kiev. Em público, Trump aconselhou Zelensky a “mostrar flexibilidade” e reiterou que a Ucrânia não se tornará membro da Otan.

      Relacionados

      Carregando anúncios...