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Confiança do consumidor nos EUA cai ao menor nível em três meses com preocupações sobre tarifas e inflação

Índice de agosto aponta pessimismo crescente entre famílias americanas, segundo pesquisa da Universidade de Michigan

Um carrinho de compras é visto em um supermercado enquanto a inflação afeta os preços ao consumidor em Manhattan, Nova York, EUA, em 10 de junho de 2022 (Foto: REUTERS/Andrew Kelly)

247 - A confiança do consumidor nos Estados Unidos recuou em agosto para o patamar mais baixo em três meses, refletindo preocupações persistentes com tarifas, inflação e perspectivas de emprego. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pela Bloomberg, com base em pesquisa da Universidade de Michigan.

De acordo com o levantamento, o índice final de sentimento caiu para 58,2 pontos, contra 61,7 em julho. O dado preliminar de agosto havia sido de 58,6. O estudo mostra ainda que os consumidores esperam que os preços subam, em média, 4,8% nos próximos 12 meses, acima da previsão de 4,5% do mês anterior. Para um horizonte de cinco a dez anos, a expectativa é de alta de 3,5% ao ano — uma melhora em relação aos 3,9% apontados na leitura inicial deste mês.

Temores sobre desemprego e condições de compra

O pessimismo está ligado também à percepção do mercado de trabalho: 63% dos entrevistados acreditam que o desemprego aumentará no próximo ano, percentual superior ao registrado em julho e bem acima do nível de agosto de 2024. O relatório de emprego de agosto, previsto para a próxima semana, deve confirmar crescimento moderado da ocupação.

Joanne Hsu, diretora da pesquisa da Universidade de Michigan, destacou que “as condições de compra para itens duráveis e veículos pioraram neste mês”. Segundo ela, “uma parcela crescente dos consumidores mencionou preços elevados, além de fatores como impostos e tarifas, como entraves para aquisição de carros em particular”.

Expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve

As incertezas sobre emprego e renda pressionam o consumo, responsável por grande parte da atividade econômica dos EUA. Para tentar estimular o mercado, o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, afirmou na quinta-feira (28) que apoiará um corte de juros em setembro e prevê novos afrouxamentos monetários nos próximos seis meses.

Apesar do pessimismo revelado na pesquisa, dados oficiais divulgados nesta sexta-feira mostraram que os gastos dos consumidores em julho tiveram a maior alta em quatro meses, impulsionados pelo crescimento da renda. Ainda assim, o avanço veio acompanhado de sinais de pressão inflacionária: o núcleo do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), que exclui alimentos e energia, acelerou para 2,9% em 12 meses, o nível mais alto desde fevereiro.

Índices setoriais também em queda

O índice de expectativas caiu para 55,9 pontos, abaixo do nível preliminar de 57,2 e o menor em três meses. Já o indicador das condições atuais recuou para 61,7, confirmando a deterioração do sentimento entre os consumidores.

A pesquisa foi realizada entre 29 de julho e 25 de agosto e reforça a pressão sobre o governo norte-americano diante do impacto da política de tarifas e da persistência da inflação no cotidiano das famílias.

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