China restringe fornecimento de minerais críticos a empresas de defesa ocidentais

247 - A China está restringindo o fornecimento de minerais críticos a empresas de defesa ocidentais, atrasando a produção e forçando essas companhias a buscar alternativas em outros mercados, informou o Wall Street Journal, citando fontes nas empresas afetadas.

Segundo o jornal, por exemplo, uma fabricante de drones que fornece equipamentos ao exército dos Estados Unidos foi forçada a adiar pedidos por até dois meses enquanto procurava um substituto para os ímãs chineses feitos com metais de terras raras.

Comerciantes disseram ao jornal que alguns materiais necessários à indústria de defesa ocidental estão sendo vendidos agora por preços cinco vezes maiores--ou até mais--do que os praticados antes da imposição das restrições pela China.

A publicação lembrou que mais de 80 mil componentes utilizados pelo Pentágono contêm minerais sujeitos às restrições de exportação impostas pela China. Ao mesmo tempo, quase todas as cadeias de suprimentos das Forças Armadas dos EUA para esses minerais dependem, ao menos em parte, de fornecedores chineses--o que pode gerar sérios problemas para os militares norte-americanos.

Além disso, compradores ocidentais relataram ao jornal que a China passou a exigir informações detalhadas sobre a finalidade dos minerais adquiridos, a fim de impedir seu uso por empresas ocidentais na produção de armamentos.

No início de abril, o Ministério do Comércio da China informou que havia colocado 16 empresas norte-americanas em uma lista de controle de exportações, com o objetivo de fiscalizar o envio de bens de uso dual (civil e militar). Como destacou o New York Times, Pequim suspendeu a exportação de uma ampla variedade de minerais críticos e ímãs, essenciais para a fabricação de automóveis, drones, robôs e mísseis.

Em junho, o Wall Street Journal relatou, com base em fontes próximas ao tema, que a China havia concordado em retomar a emissão de licenças de exportação de terras raras para montadoras e indústrias dos EUA, mas limitando os documentos a um período de seis meses. A Reuters também informou que, segundo fontes, a China não se comprometeu a conceder autorizações de exportação para certos ímãs de terras raras especializados, necessários a fornecedores militares dos EUA para caças e sistemas de mísseis.

Os elementos de terras raras são um grupo de 17 metais amplamente utilizados em dispositivos de alta tecnologia, como computadores, televisores e smartphones, além de tecnologias de defesa, incluindo mísseis, lasers, sistemas de transporte e comunicações militares. (Com informações da Sputnik).