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      China reafirma direito de comprar petróleo russo após ameaça de Trump

      Pequim reage a possível tarifa dos EUA e defende parceria energética com Moscou como legítima e baseada em seus interesses nacionais

      Bombas de petróleo desativadas no campo de Airankol, operado pela Caspiy Neft, na região de Atyrau, Cazaquistão (Foto: Pavel Mikheyev / Reuters)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A China reagiu com firmeza às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que cogita impor tarifas adicionais sobre o país por suas compras de petróleo russo. Em nota enviada à Bloomberg News nesta sexta-feira (8), o Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que sua cooperação com Moscou é legal e não será interrompida.

      “É legítimo e legal que a China conduza cooperação econômica, comercial e energética normal com todos os países do mundo, incluindo a Rússia”, declarou a chancelaria chinesa. “Continuaremos adotando medidas razoáveis de segurança energética de acordo com nossos interesses nacionais.”

      A fala veio após os EUA aplicarem tarifas secundárias à Índia pelo mesmo motivo. Trump, que já duplicou para 50% a tarifa sobre produtos indianos por conta das importações de petróleo russo, disse que “isso pode acontecer” também com a China, embora seus conselheiros adotem um tom mais cauteloso.

      O assessor Peter Navarro minimizou a chance de novas tarifas, alegando que elas “podem prejudicar os EUA”. Já o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou à Fox News que a medida “poderia estar sobre a mesa em algum momento”.

      Xi apoia diálogo com Trump e Putin

      Em meio às ameaças econômicas, avançam também os movimentos diplomáticos entre os líderes mundiais. O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu nesta semana o enviado de Trump, Steve Witkoff, para quase três horas de conversas no Kremlin. Trump afirmou que há “grande chance” de um encontro direto com Putin, embora tenha dito que ainda “não houve avanço”.

      Na primeira conversa telefônica entre os dois desde o início do ano, o presidente chinês, Xi Jinping, manifestou apoio ao diálogo entre Trump e Putin. Segundo a emissora estatal CCTV, Xi reiterou a complexidade da guerra na Ucrânia e defendeu que não há “soluções simples” para o conflito.

      Comércio segue firme, apesar da pressão

      Mesmo sob pressão de Washington, os fluxos comerciais entre China e Rússia permanecem robustos. Em julho, as importações chinesas de produtos russos ultrapassaram os US$ 10 bilhões — maior valor desde março. No entanto, no acumulado do ano, os números ainda mostram queda de 7,7% em relação a 2024.

      Já as relações comerciais entre Pequim e Washington vêm se estabilizando. Após anos de tarifas bilaterais, os dois países mantêm uma trégua temporária enquanto buscam um novo acordo. Trump afirmou nesta semana estar “muito próximo” de estender esse entendimento, que expira na próxima terça-feira.

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