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Chanceler indiano critica Ocidente por "dois pesos e duas medidas" em energia, alimentos e fertilizantes

Ministro das Relações Exteriores S. Jaishankar denuncia postura ocidental e alerta que politização ameaça acesso a insumos essenciais

Subrahmanyan Jaishankar, chanceler da Índia/REUTERS/Joshua Roberts/File Photo (Foto: Joshua Roberts)

247 O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, acusou os países ocidentais de adotar “dois pesos e duas medidas” em relação às necessidades energéticas, alimentares e de fertilizantes das nações do Sul Global. A declaração foi feita durante a reunião de chanceleres do G20, à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York. A informação foi publicada pela RT.

Segundo Jaishankar, os atuais conflitos internacionais — incluindo a guerra na Ucrânia e a escalada em Gaza — estão pressionando a oferta global de energia e elevando os custos de commodities essenciais. “Além de colocar em risco fornecimentos e logística, o acesso e os custos em si tornaram-se pontos de pressão para as nações”, afirmou. Para o ministro, “os dois pesos e duas medidas são claramente evidentes”.

Críticas à politização da energia

O chanceler indiano alertou ainda contra a tentativa do Ocidente de punir países que mantêm laços econômicos com Moscou, como a própria Índia, segunda maior importadora de petróleo russo. “Tornar a disponibilidade de bens essenciais ainda mais incerta em uma situação economicamente frágil não ajuda ninguém”, destacou.

Ele reforçou que a paz e o desenvolvimento estão interligados. “A paz pode permitir o desenvolvimento, mas ao ameaçar o desenvolvimento, não podemos facilitar a paz”, disse, defendendo maior engajamento diplomático e ressaltando que poucos países têm condições de dialogar com ambos os lados de um conflito.

Combate ao terrorismo e reforma global

Jaishankar também sublinhou que a comunidade internacional não deve demonstrar tolerância ou complacência em relação ao terrorismo. A Índia há anos critica o que considera omissão do Ocidente em ataques direcionados ao país. “Nações que tomam medidas concretas contra o terrorismo estão prestando um serviço maior à comunidade internacional”, afirmou.

No encontro de alto nível de países do Sul Global, realizado na quarta-feira, o chanceler indiano reiterou a necessidade de reformas em instituições internacionais como a ONU, defendendo que a governança global precisa refletir melhor os interesses das economias emergentes.

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