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      CEO da Nvidia elogia potencial da China em IA, carros elétricos e robótica: "Todo mundo deveria prestar atenção"

      Jensen Huang exalta avanços chineses em tecnologia e defende cooperação global, mesmo sob restrições dos EUA

      O CEO da Nvidia, Jensen Huang, durante visita a Pequim, na China - 16/07/2025 (Foto: Florence Lo/Reuters)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - Durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (16) em Pequim, o fundador e CEO da Nvidia, Jensen Huang, expressou forte entusiasmo pelo cenário tecnológico chinês. 

      Em visita ao país para participar da 3ª Exposição Internacional da Cadeia de Suprimentos da China (CISCE), Huang destacou o potencial da China nos setores de inteligência artificial, robótica e manufatura inteligente, além do papel crescente do país como motor da inovação global.

      "Tenho uma visão muito otimista do futuro. Acredito que os Estados Unidos continuarão vibrantes. E a China será incrivelmente dinâmica e continuará crescendo", afirmou Huang. Respondendo à imprensa local sobre a possibilidade de cooperação sino-americana no setor de tecnologia, ele foi direto: "Sempre há espaço em qualquer casa para pelo menos duas pessoas".

      Tecnologia como ponte, não trincheira

      Durante sua participação na cerimônia de abertura da CISCE, Huang adotou traje tradicional chinês e discursou em mandarim pela primeira vez, elogiando o ecossistema de código aberto de IA da China. Segundo ele, esses esforços funcionam como catalisadores de progresso global, oferecendo oportunidades amplas a diferentes países e indústrias para participarem da revolução da inteligência artificial.

      Essa abordagem simbólica e respeitosa foi bem recebida por autoridades e especialistas locais. “A China sempre manteve uma atitude aberta e inclusiva em relação a trocas comerciais normais. Não é surpresa que Jensen Huang tenha sido calorosamente recebido”, afirmou Gao Lingyun, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times.

      Carros elétricos surpreendem CEO da Nvidia

      Huang destacou o setor de veículos elétricos como uma das maiores surpresas tecnológicas da China nos últimos cinco anos. “Os EVs na China são, provavelmente, os mais surpreendentes do mundo em termos de avanço. Cada um deles me impressiona”, disse. Ele elogiou diretamente marcas como BYD, Li Auto, NIO, Zeekr e Xiaomi. “As cabines são tão espaçosas que parecem salas de estar sobre rodas”, comentou, acrescentando que adoraria ter um carro da Xiaomi.

      Robótica chinesa e visão de futuro

      Outro ponto alto da coletiva foi o entusiasmo de Huang com a robótica chinesa. Para ele, o país reúne três ingredientes fundamentais para liderar nessa área: tecnologia de IA de ponta, excelência em mecatrônica e uma base industrial robusta. “Eu não ficaria surpreso se a Xiaomi ou a BYD construíssem robôs incríveis em breve”, afirmou.

      O executivo também fez questão de reconhecer o desempenho da Huawei, gigante chinesa do setor tecnológico, como uma concorrente de peso no campo da aceleração de IA. “Quem subestima a Huawei ou a capacidade de manufatura da China é profundamente ingênuo”, disse Huang.

      Retorno dos chips H20 ao mercado chinês

      Durante a visita, Huang anunciou que a Nvidia recebeu autorização do governo dos Estados Unidos para retomar a exportação do chip H20 ao mercado chinês. A notícia impulsionou as ações da empresa, que atingiram um pico histórico de US$ 172,40 no intraday, encerrando o pregão a US$ 170,70, com alta de 4,04%. O patrimônio pessoal de Jensen Huang saltou para US$ 148,6 bilhões, tornando-o o sexto homem mais rico do mundo, segundo ranking em tempo real da Forbes.

      Mesmo com o alívio comercial, a Nvidia acumula perdas significativas após restrições impostas em abril pelo presidente Donald Trump, que impediram a venda de chips H20 voltados à China e geraram prejuízo de US$ 2,5 bilhões no primeiro trimestre. A empresa projeta impacto adicional de US$ 8 bilhões no segundo trimestre, segundo a Reuters.

      Huang relatou que se reuniu com o presidente Trump antes de viajar à China. “Disse a ele que viria ao país para participar da conferência, e ele me desejou uma boa viagem”, revelou.

      Cooperação como antídoto à desconfiança

      Zhou Mi, pesquisador da Academia Chinesa de Comércio Internacional, afirmou que a presença da Nvidia na CISCE demonstra o caráter globalizado da indústria de semicondutores. “Seu sucesso na China representa um sinal positivo tanto para o mercado chinês quanto para os EUA”, disse.

      Por outro lado, Zhou e Gao concordam que as abordagens de China e Estados Unidos em relação a empresas estrangeiras divergem profundamente. “A China tem ouvido os investidores estrangeiros e busca um campo de atuação justo. Já os EUA têm endurecido as revisões de investimento sob o pretexto de segurança nacional e imposto tarifas que dificultam operações e cadeias globais”, criticou Zhou.

      Para Gao, a saída mais sensata para empresas como a Nvidia é dissociar negócios da política: “Inovação tecnológica deve ser um esforço coletivo, e o mundo todo se beneficia da cooperação”.

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