HOME > Mundo

Catar exige garantias escritas de que Israel não vai retomar guerra contra os palestinos em Gaza

Doha busca apoio internacional para assegurar cumprimento de acordos e garantir fim definitivo do conflito

Bombardeios israelenses causam destruição dm Gaza (Foto: REUTERS/Anas al-Shareef)

247 - O governo do Catar declarou que só aceitará avanços concretos nas negociações sobre Gaza caso receba “garantias internacionais fortes e por escrito” de que Israel não voltará a atacar o território palestino. A afirmação foi feita por Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista concedida ao jornal saudita Al-Arabiya.

Segundo informações publicadas pelo jornal The Times of Israel, Al-Ansari destacou que Doha pretende garantir que os entendimentos em curso no Egito — que incluem o retorno de reféns, a libertação de prisioneiros palestinos e uma pausa nos combates — levem à retirada das tropas israelenses de Gaza, à ampliação da entrada de ajuda humanitária e a um cessar-fogo permanente.

Negociações delicadas e exigências do Catar

O porta-voz ressaltou que “fortes garantias internacionais por escrito são necessárias para assegurar que Israel cumpra suas obrigações”. Ele explicou que o objetivo é evitar que os compromissos se transformem em medidas temporárias, prolongando ainda mais a guerra.

Al-Ansari também mencionou que o plano atualmente em discussão, com participação indireta de Israel e Hamas, prevê pontos sensíveis, como a rejeição ao deslocamento forçado da população de Gaza e a suspensão de qualquer conversa sobre anexação ou ocupação do território.

“Já há acordo em torno de 20 princípios, mas o diabo está nos detalhes, como dizem em inglês”, afirmou o porta-voz, ressaltando a complexidade das negociações.

Presença do premiê catariano no Egito

Ainda nesta terça-feira, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed Abdulrahman Al Thani, é esperado no Egito para participar diretamente das negociações mediadas pelo Cairo. O país árabe tem atuado como interlocutor central nos diálogos, buscando um consenso que permita encerrar a escalada militar e abrir caminho para a reconstrução de Gaza.

O Catar, aliado estratégico na mediação de crises na região, reforça que sem compromissos sólidos e verificáveis por parte da comunidade internacional não haverá avanço duradouro no processo.

As tratativas permanecem em curso sob intensa pressão diplomática, em meio à urgência humanitária enfrentada pela população palestina após meses de guerra.

De acordo com o plano de Trump, a retirada total do exército israelense da Faixa de Gaza será concluída quando as condições forem favoráveis. Na visão do Hamas, não há nada aceitável além de uma retirada total. Para eles, um acordo significa uma retirada gradual de Israel – mas em um curto período de tempo, e que seria concluída após a libertação do último refém, aponta reportagem do Haaretz.

A posição do Hamas é apoiada pelos mediadores, Egito e Catar, que estão tentando criar um cronograma operacional para uma retirada total.

Apesar das disputas durante as negociações sobre a retirada de Israel da Faixa de Gaza e as identidades dos prisioneiros palestinos a serem libertados, Jerusalém, Washington e Doha dizem que as negociações de cessar-fogo em Gaza estão caminhando em uma direção positiva.

Artigos Relacionados

Carregando anúncios...