Casa Branca suspeita que Maxwell vazou o suposto cartão de aniversário de Trump para Epstein
O governo americano tem receio de que, se a ex-namorada do financista não for liberada, ela possa revelar mais conexões de Trump com Jeffrey Epstein
247 - Funcionários da Casa Branca acreditam que Ghislaine Maxwell vazou um cartão de aniversário recebido pelo seu ex-namorado Jeffrey Epsteine após um envio feito pelo presidente norte-americano, Donald Trump. A informação foi publicada nesta sexta-feira (25) The Daily Mirror. O financista foi acusado de cometer pelo menos 250 abusos de meninas menores de idade. Foi preso em 2019, mas tirou a própria dentro da prisão um mês após ser detido.
Altos funcionários de Trump temem que aliados de Maxwell – atualmente cumprindo 20 anos de prisão por tráfico sexual – tenham vazado o cartão como um "aviso" ao presidente dos EUA sobre o que ela sabe. Há preocupação de que, se ela não for liberada conforme seu acordo de delação de 2007, possa revelar mais sobre as supostas conexões de Trump com Epstein.
Em 2022, um tribunal de Nova York condenou Maxwell a 20 anos de prisão por conspirar com Epstein na exploração sexual de menores. Em 2019, promotores americanos acusaram o financista de tráfico de menores para exploração sexual – crime que pode levar a até 40 anos de prisão – e conspiração para o tráfico, com pena máxima de cinco anos.=

Nas décadas de 1990 e 2000, Trump teve uma relação próxima com o bilionário Jeffrey Epstein, figura conhecida por seus crimes sexuais. Apesar das múltiplas acusações contra Epstein, o presidente americano ainda não é alvo de investigações relacionadas ao caso e afirma ter se distanciado dele assim que os escândalos vieram à tona.
O cartão, supostamente assinado por Trump, teria uma mensagem de parabéns dentro do contorno de uma mulher nua. Em resposta, o presidente processou o magnata da mídia Rupert Murdoch, dois repórteres do Wall Street Journal e a Dow Jones & Company. Ele também ordenou que o Departamento de Justiça tornasse públicos todos os depoimentos do Grande Júri relacionados ao caso Epstein.
"Não há dúvida em algumas mentes no Ala Oeste de que o vazamento veio de alguém do círculo de Maxwell e não foi acidental. Eles acreditam que foi uma jogada calculada, uma mensagem ao presidente de que ela não esqueceu o que sabe e que está disposta a falar se for encurralada. Trump sabe o tipo de acesso que Maxwell tinha tanto a ele quanto a Epstein", disse uma fonte da Casa Branca, segundo o relatório.
Preocupações sobre Maxwell revelar informações ainda mais prejudiciais levaram o governo Trump a interrogá-la esta semana, antes de seu depoimento ao Congresso. "Por isso agimos rápido para interrogá-la antes que o Congresso a chame para uma audiência e tudo saia do nosso controle", acrescentou a fonte.
Na sexta-feira, o vice-procurador-geral dos EUA, Todd Blanche, e outros altos funcionários do Departamento de Justiça iniciaram o segundo dia de interrogatórios com Maxwell no tribunal federal de Tallahassee, Flórida.
Enquanto isso, o presidente do Comitê de Supervisão da Câmara, James Comer, anunciou na quarta-feira que intimou Maxwell para um depoimento marcado para 11 de agosto na Instituição Correcional Federal de Tallahassee. No mesmo dia, o congressista Scott Perry afirmou que Maxwell testemunhará perante o comitê nas próximas semanas.
Entre os locais onde os abusos cometidos por Epstein ocorriam estava sua ilha privativa no Caribe, além de mansões em Nova York, Flórida e Novo México. Diversas vítimas relataram ter sido coagidas a manter relações não só com Epstein, mas também com pessoas influentes de seu círculo.
Apesar de Trump negar qualquer participação nessas atividades, sua antiga ligação com Epstein continua a ser um ponto controverso em sua história. O caso permanece como uma sombra sobre as relações entre elites poderosas e crimes sexuais não resolvidos.
Aliada de Epstein, Maxwell não pediu perdão, mas aceitaria qualquer alívio, diz advogado
Ghislaine Maxwell, condenada por associação ao falecido traficante sexual Jeffrey Epstein, não solicitou perdão durante seus recentes interrogatórios com altos funcionários do Departamento de Justiça, mas receberia com gratidão qualquer forma de alívio, afirmou o advogado David Oscar Markus na sexta-feira.
"Não pedimos nada. Esta não é uma situação em que estamos pedindo algo em troca de depoimento ou algo parecido", disse Markus a repórteres no final do segundo dia consecutivo de interrogatórios. "Ela está em condições muito difíceis há cinco anos e aceitaria qualquer alívio."
Markus observou que, durante os interrogatórios de quinta e sexta-feira, funcionários do Departamento de Justiça questionaram Maxwell sobre aproximadamente 100 indivíduos ligados ao caso Epstein, e ela respondeu a todas as perguntas.
O advogado também afirmou que Maxwell ainda não decidiu se participará do depoimento no Comitê de Supervisão da Câmara, marcado para 11 de agosto no tribunal federal de Tallahassee, Flórida.
Mais cedo na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, comentou que está "autorizado" a perdoar Maxwell, mas, no final do dia, sugeriu que ainda não era o momento adequado para discutir o assunto (com Sputnik).
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