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      Canadá quer retomar acordo com Mercosul e mira menos dependência dos EUA

      Governo de Mark Carney busca ampliar parcerias comerciais e assinou pactos com Equador e Emirados Árabes nos dois primeiros meses de gestão

      Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Primeiro-Ministro do Canadá, Mark Carney. Kananaskis, Alberta - Canadá (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - O governo do Canadá sinalizou interesse renovado em avançar nas negociações comerciais com o Mercosul. A informação foi dada pelo ministro do Comércio Exterior canadense, Maninder Sidhu, em entrevista publicada pela agência Reuters nesta quinta-feira (17). Segundo o ministro, tanto o Canadá quanto os países do bloco sul-americano demonstraram disposição para retomar o diálogo visando um acordo de livre comércio.

      “Conversei com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, e há interesse em realizar conversas sobre o Mercosul”, afirmou Sidhu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia manifestado, em abril, a intenção de fortalecer os laços comerciais com o país norte-americano por meio de um tratado entre o Canadá e o Mercosul — bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.

      Enquanto isso, o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, continua articulando com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um novo entendimento comercial bilateral com prazo até 1º de agosto. A meta é reduzir tarifas impostas por Washington, mas, ao mesmo tempo, Ottawa quer diminuir a forte dependência econômica dos EUA.

      Diversificação comercial é prioridade

      Maninder Sidhu reforçou que o Canadá busca firmar mais acordos ao redor do mundo para ampliar o acesso das empresas canadenses a novos mercados. “Meu trabalho é estar lá fora abrindo portas”, disse. O país já possui 15 tratados de livre comércio que abrangem 51 países, atingindo um mercado estimado de 1,5 bilhão de consumidores. Ainda assim, Sidhu reconheceu que as empresas canadenses continuam excessivamente expostas aos Estados Unidos.

      Nos dois primeiros meses à frente da pasta, o ministro firmou um acordo de livre comércio com o Equador e um pacto de promoção de investimentos com os Emirados Árabes Unidos. Há ainda negociações em curso com os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e conversas bilaterais com Indonésia e Filipinas.

      Além da América do Sul e da Ásia, o Canadá também busca destravar oportunidades comerciais com a China, apesar das tensões. “Com a China, há oportunidades, há desafios”, pontuou Sidhu. Entre os entraves, estão tarifas sobre exportações canadenses de produtos como canola, carne bovina e ração para pets. O governo também avalia o reatamento diplomático com a Índia como essencial para impulsionar o comércio com o país asiático.

      Impacto nas exportações e novas metas na defesa

      Dados recentes revelam que as exportações canadenses destinadas aos Estados Unidos representaram apenas 68% do total em maio, a menor participação já registrada. Em 2023, a média mensal havia sido de 75%, o que acende o alerta para a necessidade de diversificação. Segundo Sidhu, a queda está diretamente ligada às barreiras tarifárias implementadas por Donald Trump, que afetaram a competitividade das empresas canadenses.

      O Canadá também pretende aplicar essa lógica de diversificação na área de defesa. “Estamos trabalhando com a União Europeia e outros parceiros em todo o mundo para ajudar a desbloquear algumas dessas oportunidades de aquisição na área de defesa para nossas empresas canadenses”, disse o ministro. O primeiro-ministro Carney anunciou ainda um aumento de 9 bilhões de dólares canadenses nos gastos com defesa este ano, com o objetivo de cumprir a meta da Otan de investir 2% do PIB no setor.

      Sobre um eventual novo tratado com os Estados Unidos, Sidhu preferiu não se comprometer com detalhes, mas assegurou: “Trabalharemos para chegar a um acordo que seja melhor para as empresas e os trabalhadores canadenses”.

      (Com informações do portal InfoMoney)

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