Asean pede cessar-fogo imediato entre Tailândia e Camboja em conflito fronteiriço
Ministros de Relações Exteriores do bloco apelam por diálogo e contenção após escalada violenta que deixou 33 mortos e milhares de deslocados
247 - Os ministros das Relações Exteriores da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) exortaram, nesta segunda-feira (28), Tailândia e Camboja a restabelecerem a paz nas regiões de fronteira, após dias de confrontos que resultaram em pelo menos 33 mortos, dezenas de feridos e centenas de milhares de deslocados. A declaração, emitida em Kuala Lumpur – onde a Malásia exerce a presidência rotativa do bloco em 2025 –, pede um "cessar-fogo imediato" e a resolução pacífica das disputas, reforçando os princípios de "família, unidade e boa vizinhança" que regem a organização.
O conflito, que se intensificou em 24 de julho, envolveu o uso de caças, artilharia pesada e tanques, marcando um dos episódios mais violentos entre os dois países nas últimas décadas. "É essencial que ambas as partes exerçam a máxima contenção e priorizem o diálogo", destacou o comunicado, que também citou a Carta das Nações Unidas e o Tratado de Amizade e Cooperação no Sudeste Asiático (TAC) como bases para a mediação.
Raízes históricas e acusações mútuas
A tensão na fronteira remonta ao período colonial, quando a França delimitou a região em 1907, sem resolver completamente as demarcações. Nas últimas semanas, as hostilidades foram reacendidas após a morte de um soldado cambojano em maio e a amputação da perna de um militar tailandês, vítima de uma mina terrestre, em 23 de julho. Ambos os governos se acusam de ter iniciado os ataques.
Enquanto o Camboja levou o caso ao Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) em junho, defendendo uma solução jurídica, a Tailândia insiste em negociações bilaterais. "A escalada só traz sofrimento para civis e ameaça a estabilidade regional", afirmou um diplomata da Asean sob condição de anonimato.
Reunião de emergência e alerta regional
Nesta segunda-feira, representantes dos dois países se reúnem na capital malaia em busca de uma trégua, sob mediação do bloco. A Asean – que inclui ainda Indonésia, Cingapura, Filipinas, Vietnã, Laos, Brunei e Mianmar – teme que a crise se espalhe, já que a região fronteiriça abriga templos históricos e populações vulneráveis.
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