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      Militares israelenses admitem ter matado jornalista da Al Jazeera em ataque deliberado em Gaza

      Bombardeio contra tenda de imprensa no Hospital Al-Shifa matou cinco profissionais horas após Netanyahu prometer acesso limitado a jornalistas estrangeiros

      Benjamin Netanyahu em Jerusalém - 21/5/2025 (Foto: REUTERS/Ronen Zvulun/Pool)

      247 - O exército israelense reconheceu oficialmente que matou deliberadamente o jornalista Anas al-Sharif, correspondente da Al Jazeera em árabe, durante um ataque na área de Gaza. A informação foi divulgada em um comunicado militar obtido pela Al Jazeera.

      Segundo a nota, as forças israelenses alegam que Al-Sharif estaria “agindo sob o pretexto de ser jornalista da Al Jazeera”, mas, sem apresentar provas, o governo sionista diz que o jornalista trabalharia para o Hamas. Apesar dessa justificativa, organizações internacionais de defesa da liberdade de imprensa consideram tais alegações parte de uma campanha sistemática para criminalizar o jornalismo palestino e restringir a cobertura independente da guerra.

      O ataque que matou Al-Sharif ocorreu contra uma tenda de jornalistas posicionada do lado de fora do Hospital Al-Shifa, matando também outros quatro funcionários da Al Jazeera e ferindo mais profissionais de imprensa.

      O ataque aconteceu poucas horas depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em entrevista coletiva em Jerusalém, anunciar uma flexibilização limitada no bloqueio à cobertura internacional na Faixa de Gaza. 

      “De fato, decidimos, e eu ordenei, orientei os militares a trazer jornalistas estrangeiros, mais jornalistas estrangeiros”, declarou Netanyahu. “Há um problema em garantir a segurança, mas acho que isso pode ser feito de uma forma responsável e cuidadosa para preservar sua própria segurança”, acrescentou.

      Apesar da declaração, autoridades israelenses continuam proibindo o acesso da maioria da imprensa internacional à Faixa de Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023. No mesmo período, segundo dados de entidades jornalísticas, cerca de 200 repórteres e profissionais de mídia palestinos foram mortos por ataques israelenses, reforçando denúncias de que a comunicação é alvo deliberado na ofensiva militar.


      Al Jazeera tem longa lista de jornalistas de Gaza mortos por Israel

      O exército israelense tem matado sistematicamente jornalistas, fotógrafos e trabalhadores da mídia local na Faixa de Gaza desde o início da guerra, numa tentativa de silenciar suas reportagens.

      O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado em Nova York, aponta o assassinato de pelo menos 186 jornalistas desde 7 de outubro de 2023. Pelo menos 90 jornalistas foram presos por Israel.

      O Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza relata um número maior, dizendo que mais de 230 jornalistas foram mortos.

      O exército israelense acusou muitos dos profissionais da mídia que matou, incluindo jornalistas da Al Jazeera e o correspondente Anas al-Sharif, de serem "terroristas" a serviço do Hamas e de outros grupos. 

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