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Governo Trump caça críticos de Charlie Kirk

Médico brasileiro é alvo de movimento que visa punir quem celebrou ou ironizou o assassinato do influenciador de extrema-direita

Charlie Kirk (Foto: Reuters/Cheney Orr)

247 - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu no sábado (13) revogar o visto do neurocirurgião brasileiro Ricardo Barbosa, após ele publicar comentários celebrando o assassinato do influenciador de extrema-direita Charlie Kirk, informa a Folha de S. Paulo.

Em mensagem no Instagram, o médico pernambucano escreveu: "Um salve a este companheiro de mira impecável. Coluna cervical". O conteúdo viralizou em páginas de direita no Brasil, que cobraram do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) a abertura de investigação sobre a conduta do profissional e alertaram diplomatas americanos.

Reação do governo Trump

O vice-secretário de Estado, Christopher Landau, afirmou ter ordenado pessoalmente a revogação do visto de Barbosa, caso ele tivesse a autorização válida, e garantiu que o brasileiro foi incluído em uma lista de inelegíveis para futuras permissões de entrada nos EUA.

"De todo o conteúdo depravado que vi online, esse deve ser o mais assustador. Ele é um neurocirurgião do Brasil que não apenas parabeniza o assassino de Charlie Kirk por 'mira impecável', mas em seguida, com precisão cirúrgica, especifica: 'espinha cervical'", escreveu Landau em rede social.

O diplomata também questionou a ética profissional de Barbosa: "Ele é um profissional registrado que fez o juramento de Hipócrates?". Na mesma publicação, reforçou que determinou a inclusão do médico em uma lista de alerta consular e ironizou a campanha com a imagem de um “bat-sinal” com os dizeres “el quitavisas”, em referência a sua postura de cassar vistos de estrangeiros.

Repercussão no Brasil

Após a ampla repercussão, o Cremepe informou em nota ter recebido uma denúncia envolvendo um de seus inscritos e afirmou que seguirá o rito processual previsto para investigar o caso, sem mencionar o nome de Barbosa.

Já a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) repudiou a manifestação do médico. “A SBN reafirma, de forma categórica, que não compactua com quaisquer atos que se afastem dos princípios fundamentais da medicina: o cuidado, a preservação da vida e o respeito incondicional à dignidade humana”, declarou a entidade.

Campanha contra estrangeiros

O episódio se soma a uma ofensiva mais ampla de aliados de Trump contra estrangeiros que demonstraram apoio ou ironia em relação ao assassinato de Kirk. De acordo com a agência Reuters, pelo menos 13 profissionais nos Estados Unidos já perderam o emprego após serem denunciados por influenciadores conservadores.

A ativista trumpista Laura Loomer defendeu medidas ainda mais duras, incluindo deportações de imigrantes e processos contra cidadãos americanos que tenham feito piadas sobre a morte do influenciador. “Se prepare para ter todo o seu futuro profissional destruído se você for doente o bastante para celebrar a morte de Charlie”, escreveu em rede social.

Na quinta-feira (11), Landau já havia advertido que Washington adotaria medidas contra estrangeiros que estivessem “elogiando, racionalizando ou fazendo pouco caso” do crime. Ele reforçou que a orientação a funcionários consulares é de barrar visitantes que glorifiquem a violência e o ódio.

Site expõe suspeitos de celebrarem o assassinato

Além das ações governamentais, um site chamado Expose Charlie's Murderers (Exponha os assassinos de Charlie) foi criado recentemente e lista nomes de 41 pessoas acusadas de apoiar violência política online. A plataforma afirma analisar mais de 30 mil denúncias e se define como “a maior operação de demissões da história”.

O site reúne desde publicações que comemoraram diretamente a morte de Kirk até críticas ao influenciador, considerado por opositores como disseminador de discursos racistas e machistas.

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