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Margem Equatorial: Petrobras avalia criar base logística no Amapá

Estudos da Transpetro podem transformar o Amapá em polo logístico da Petrobras para apoiar exploração da Margem Equatorial

Sonda de perfuração ODN II na Margem Equatorial (Foto: Divulgação / Foresea)

247 - A Petrobras iniciou estudos para a criação de um centro logístico no estado do Amapá, na região amazônica, com o objetivo de apoiar suas operações de exploração na Margem equatorial. A iniciativa foi confirmada pelo governador Clécio Luís (Solidariedade) em entrevista à agência Reuters, que revelou detalhes sobre o projeto e seu potencial de impacto econômico.

Segundo a reportagem, a Transpetro, subsidiária de logística da estatal, será responsável pelos estudos técnicos. A ideia é estruturar uma base de apoio às futuras atividades da Petrobras caso sejam confirmadas descobertas significativas de petróleo na área, considerada uma das fronteiras energéticas mais promissoras do país.

Avanço estratégico para o Amapá

Para o governador, o início dos estudos representa uma vitória política e econômica para o estado. “Estamos trabalhando muito também para preparar a mão de obra, para regularizar áreas, para garantir os incentivos, para mudar a legislação, se for preciso”, afirmou.

Durante o evento Offshore Technology Conference (OTC), realizado no Rio de Janeiro, Clécio Luís reuniu-se com representantes de cerca de 20 empresas do setor, entre elas SBM Offshore, Siemens, Subsea 7 e Technip FMC. Segundo ele, as companhias demonstraram interesse em analisar a possibilidade de se instalar no Amapá para apoiar as operações da Petrobras.

Licença ambiental e debate sobre impactos

O Ibama autorizou recentemente a Petrobras a perfurar um poço exploratório na Margem Equatorial, na costa de Oiapoque. A operação, que deve durar aproximadamente cinco meses, marca o avanço da estatal em uma região com geologia semelhante à da vizinha Guiana, onde a ExxonMobil já descobriu grandes reservas.

Apesar de a licença ter sido comemorada por autoridades locais e pelo governo federal, grupos ambientalistas expressaram preocupação com possíveis impactos sobre comunidades indígenas e com o risco de avanço do desmatamento em áreas preservadas da Amazônia.

A Petrobras confirmou que está preparada para iniciar os estudos logísticos, mas não divulgou detalhes adicionais. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que, caso haja uma grande descoberta, a produção poderá começar em cerca de sete anos.

Cidades em análise para o centro logístico

O governo do Amapá avalia diferentes municípios como possíveis sedes do centro logístico. Embora Oiapoque concentre a fase inicial de exploração, o desenvolvimento de grandes estruturas é limitado pela presença de reservas ambientais e terras indígenas.

Entre as principais alternativas estão Calçoene e Santana. Calçoene, com cerca de 11 mil habitantes, tem amplo espaço para expansão e está próxima de outros blocos exploratórios da Petrobras. Santana, localizada ao sul do estado, possui infraestrutura logística consolidada e proximidade com a capital, Macapá.

Potencial de transformação econômica

Com pouco mais de 800 mil habitantes, o Amapá figura entre os estados menos desenvolvidos do Brasil. Segundo Clécio Luís, o projeto da Petrobras pode representar um divisor de águas para a economia local. “Se a produção se confirmar, o Amapá viverá um novo ciclo de prosperidade, com mais empregos, infraestrutura e oportunidades”, afirmou o governador.

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