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      Orlando Silva defende integração do Sul Global e soberania tecnológica em fórum China-América Latina

      Deputado destaca potencial energético da América Latina e propõe rota verde digital em debate sobre cooperação científica com a China

      Orlando Silva (Foto: LiHao / Global Times)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) participou do Fórum de Mesa Redonda China-América Latina, realizado em junho deste ano em parceria pelo jornal chinês Global Times e pelo portal Brasil 247. O evento reuniu autoridades, acadêmicos e especialistas para discutir a construção de um mundo multipolar baseado na cooperação entre países do sul global.

      Logo na abertura, Orlando Silva ressaltou a gravidade da conjuntura internacional e defendeu a união dos povos em defesa da paz. “Assistimos a um violento, criminoso e desproporcional massacre contra palestinos e agora uma inaceitável agressão dos Estados Unidos, o que demonstra que o imperialismo se torna ainda mais agressivo e inconsequente para reagir ao seu declínio relativo”, afirmou. Para ele, o surgimento de novos polos de poder é uma realidade em curso: “Esse encontro é uma demonstração prática da construção desse mundo multipolar”.

      Integração econômica para fortalecer a paz

      Silva sustentou que a integração política e econômica entre países do sul global é estratégica para a construção de um mundo mais justo. “Os povos amantes da paz precisam se unir e repudiar agressões que ferem o direito internacional”, disse. Ele defendeu que uma das formas mais eficazes para avançar nessa direção é intensificar a cooperação econômica e científica, destacando o papel fundamental da China e da América Latina.

      O tema central do painel foi o “desenvolvimento verde e a cooperação científica e tecnológica entre China, América Latina e Caribe”, o que, segundo o deputado, representa “a construção de um futuro mais desenvolvido e próspero para os nossos países”.

      Liderança energética da América Latina

      O deputado também destacou o papel estratégico da América Latina na transição energética global. “A América Latina tem 60% da sua matriz limpa. No Brasil, a quase totalidade da matriz energética é limpa graças ao nosso gigantesco potencial hídrico”, explicou Orlando Silva.

      Ele ressaltou ainda o enorme potencial brasileiro em fontes renováveis, como o óleo de palma, que classificou como o “pré-sal verde”. Segundo ele, o Brasil tem capacidade para produzir 240 bilhões de litros por ano, o equivalente a três vezes a produção mundial atual, o que contribuiria para recuperar milhões de hectares degradados na Amazônia.

      Silva também citou outras fontes energéticas como a biomassa da cana, energia eólica, solar fotovoltaica e hidrogênio verde. “O Brasil, e eu diria a América Latina, é um manancial de possibilidades e está pronto para cooperar globalmente na transição energética”, disse.

      Desenvolvimento tecnológico sob perspectiva soberana

      Outro ponto enfatizado foi a necessidade de soberania tecnológica. Orlando Silva criticou a simples importação de tecnologias prontas e defendeu o desenvolvimento de soluções adaptadas às realidades locais. “Não nos interessa apenas tecnologia de prateleira. Precisamos de laboratórios de fronteira que considerem a realidade de cada bioma e valorizem os saberes locais”, argumentou.

      Ele propôs a expansão dos “fab labs” — oficinas colaborativas de fabricação digital — em todo o território nacional e na América Latina, com o apoio da China. “Seria importante criar fábricas em parceria com universidades do Norte e Nordeste, com mentorias e intercâmbio entre instituições chinesas, brasileiras e latino-americanas”, sugeriu.

      Soberania de dados e nova rota digital

      O deputado defendeu também a soberania dos dados como elemento crucial para o desenvolvimento sustentável, citando o exemplo do programa CBERS de satélites sino-brasileiros como ferramenta essencial para o monitoramento ambiental contínuo. “Hoje dependemos de satélites polares, o que atrasa o alerta de desastres. O satélite geoestacionário CBERS é um exemplo prático da importância dessa parceria estratégica”, destacou.

      Orlando Silva sugeriu a criação de uma “nuvem verde transnacional”, com servidores descentralizados e roteadores comunitários interligados, com acesso aberto a cientistas e gestores públicos. E propôs ainda a concepção de uma “rota verde digital”, como contrapartida à Nova Rota da Seda chinesa, para promover o desenvolvimento digital sustentável.

      “A China acaba de nos dar uma grande lição ao desenvolver inteligência artificial com código aberto. Essa cooperação é um caminho para nós enfrentarmos e rompermos o monopólio das big techs do Vale do Silício”, afirmou.

      União pela soberania, pelo desenvolvimento e pela paz

      Na conclusão, Orlando Silva reiterou a necessidade de ampliar a integração entre os países do sul global. “Os desafios da atualidade exigem maior capacidade de cooperação, integração e financiamento entre nossos países, sempre respeitando particularidades e interesses soberanos”, declarou.

      Ele encerrou com uma mensagem de otimismo: “As questões aqui levantadas são marcadas pela esperança de que cresça a cooperação entre nossos povos e pela certeza da centralidade que a China desempenha hoje e desempenhará no futuro”. Assista:

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