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PCCh apresenta diretrizes para governar Xinjiang e lista avanços em estabilidade, desenvolvimento e direitos

Documento do Escritório de Informação do Conselho de Estado detalha políticas para segurança duradoura, integração étnica e abertura econômica

Novo documento com diretrizes para o Xinjiang (Foto: Global Times)

247 – O governo chinês divulgou um livro branco intitulado “Diretrizes do PCCh para governar Xinjiang na nova era: prática e conquistas” — um documento oficial do Partido Comunista da China (PCCh) que estabelece as bases de governança da região autônoma. O material foi publicado pela Global Times e apresenta um balanço amplo de políticas e resultados no território. O texto foi lançado pelo Escritório de Informação do Conselho de Estado da China em 19 de setembro de 2025.

Segundo o documento, o objetivo central é assegurar “estabilidade social e paz e segurança duradouras”, combinando crescimento econômico de alta qualidade com governança baseada em lei, reforço da identidade cultural chinesa e integração entre os diversos grupos étnicos de Xinjiang. O relatório descreve avanços em infraestrutura, combate ao terrorismo e abertura comercial, além de metas para consolidar a coesão nacional.

Principais pontos do white paper

Estabilidade e segurança

O white paper afirma que Xinjiang passou por uma “transformação histórica de caos para estabilidade”, com medidas regulares de contraterrorismo e prevenção de riscos, sustentadas por marcos legais nacionais. Também descreve contramedidas a sanções externas relacionadas à região. Entre as prioridades, estão manter a ordem pública, prevenir o extremismo e garantir que as ações de segurança ocorram dentro do Estado de Direito.

Diretrizes do PCCh para a “nova era”

As diretrizes — apresentadas como um sistema de princípios e requisitos — incluem:

  •  Planejamento estratégico nacional para Xinjiang, dada sua posição geopolítica e econômica;
  •  Meta-síntese de estabilidade social e segurança duradoura;
  •  Centralidade do povo, com políticas que busquem apoio social e melhoria de vida;
  •  Fortalecimento do senso de “nação chinesa como uma só comunidade”, com estímulo à convivência e integração;
  •  Religiões em conformidade com a realidade chinesa, sob proteção legal da liberdade de crença e combate ao extremismo;
  •  Desenvolvimento de alta qualidade, com ênfase em bem-estar;
  •  Liderança do Partido e consolidação de organizações de base.

Desenvolvimento econômico e abertura

O documento ressalta que o PIB regional superou RMB 2 trilhões em 2024, com urbanização acima de 60% e modernização industrial apoiada em agricultura mecanizada, energia (incluindo renováveis) e logística. Na abertura para o oeste, a região opera 19 portos e integra o China–Europe Railway Express, com mais de 16,4 mil trens de carga passando por Xinjiang em 2024, além da recente Zona Piloto de Livre Comércio da China (Xinjiang).

Cultura, integração e democracia local

O texto destaca ações para proteger patrimônio cultural (museus, sítios arqueológicos e bens imateriais), expandir serviços culturais e promover a língua chinesa padrão. Na esfera política, enfatiza a “democracia de processo integral”, com congressos populares e comitês consultivos (CPPCC) em múltiplos níveis e a manutenção do sistema de autonomia étnica regional conforme a Constituição.

Bem-estar: pobreza, emprego, saúde e educação

Segundo o white paper, Xinjiang erradicou a pobreza absoluta até 2020 e hoje direciona mais de 70% do orçamento público para políticas sociais. O documento relata expansão do emprego urbano, melhorias na rede de saúde (com centros regionais e telemedicina) e avanços educacionais — incluindo financiamento estudantil ampliado e 15 anos de ensino gratuito em áreas do sul de Xinjiang.

Contexto e leitura crítica

O white paper se apresenta como um balanço oficial das políticas do PCCh. Ao enfatizar estabilidade, crescimento e integração, o texto reforça a visão de que Xinjiang vive “o melhor período de sua história”, atribuindo resultados à liderança do Comitê Central do Partido. Ao mesmo tempo, reconhece pressões externas (sanções) e sustenta que respostas legais e econômicas foram adotadas. Trata-se, portanto, de um documento de política pública com narrativa governamental, e deve ser lido nesse escopo.

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