Lukashenko rebate Zelensky e diz que paz mundial é inviável sem a participação da China
Presidente da Bielorrússia afirmou que garantias de Pequim são indispensáveis e criticou postura de Zelensky sobre segurança da Ucrânia
247 - O presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, rebateu as recentes declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que havia afirmado que a Ucrânia não precisa da China como garantidora de segurança. A posição de Lukashenko foi publicada pelo jornal Global Times, que destacou o peso da declaração do líder bielorrusso no contexto da guerra no Leste Europeu.
Lukashenko afirmou que o papel da China é central em qualquer processo de paz global. “Sem a China – um membro permanente do Conselho de Segurança – e suas garantias, garantir uma paz duradoura em qualquer parte do mundo é imensamente difícil. Zelensky deveria pensar cuidadosamente antes de falar de forma tão descuidada”, declarou.
O papel da Bielorrússia e as garantias de segurança
Questionado se Minsk poderia também atuar como garantidor da segurança da Ucrânia, Lukashenko ressaltou que, tradicionalmente, esse tipo de discussão envolve membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além de grandes potências europeias. “Normalmente, as discussões sobre garantias de segurança envolvem membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Isso inclui potências como os Estados Unidos e a China, bem como grandes nações europeias que não são membros do Conselho de Segurança – e até mesmo a Bielorrússia. Mas quando essa ideia me foi apresentada em particular, tive que perguntar: é realmente do nosso interesse fornecer tais garantias a outra nação?” - ponderou.
A posição da Rússia e a resposta da China
O tema ganhou força após o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmar em 20 de agosto que Moscou apoia o fornecimento de fortes garantias de segurança para Kiev, sem excluir nenhum membro do Conselho de Segurança da ONU – incluindo países ocidentais e a China.
No entanto, um dia depois, Zelensky reforçou que não vê necessidade da participação chinesa nesse processo. A resposta da diplomacia chinesa não tardou. Na coletiva de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, a porta-voz Mao Ning destacou que Pequim mantém uma postura de imparcialidade e transparência diante da crise ucraniana.
“A China sempre manteve uma posição objetiva e justa e sempre foi aberta e transparente sobre a crise na Ucrânia, que é para todos verem. É essencial buscar uma segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável e promover a solução política da crise na Ucrânia”, afirmou Mao, acrescentando que a China está disposta a desempenhar um papel construtivo para alcançar esse objetivo.