Global Times destaca a importância da aproximação entre China e Índia

247 – A relação entre China e Índia vive um momento de reaproximação diplomática e estratégica. Segundo editorial publicado pelo Global Times nesta segunda-feira (18), o ministro das Relações Exteriores da China e membro do Birô Político do Partido Comunista, Wang Yi, iniciou uma visita a Nova Déli que se estenderá até o dia 20 de agosto. O objetivo central é participar da 24ª rodada de negociações entre os representantes especiais dos dois países sobre a questão de fronteira, a convite do governo indiano.

O texto do jornal chinês destaca que a retomada de diálogo em alto nível representa não apenas uma escolha racional, mas também um passo necessário em meio a um cenário internacional complexo. Entre os sinais recentes de cooperação estão a facilitação de vistos, negociações para retomada de voos diretos, discussões sobre comércio de fronteira e a criação de zonas de contenção que reduziram tensões na Linha de Controle Real.

O Global Times enfatiza que a busca por multipolaridade, o fortalecimento do BRICS, a atuação conjunta em fóruns como a Organização para Cooperação de Xangai e o G20, bem como a necessidade de reduzir riscos associados a blocos geopolíticos, explicam a aproximação atual. O editorial também ressalta que “paz e tranquilidade ao longo da fronteira servem como uma força estabilizadora para as relações bilaterais”, criando condições para cooperação mais profunda em comércio, infraestrutura e inovação tecnológica.

Outro ponto destacado é o potencial econômico da parceria, já que juntos China e Índia somam cerca de 2,8 bilhões de pessoas. O editorial aponta oportunidades em áreas como saúde, energia limpa, transição digital, mobilidade elétrica e integração de cadeias produtivas, que podem gerar empregos, investimentos e maior resiliência regional.

Por fim, o jornal observa que a aproximação sino-indiana tem efeitos que ultrapassam a dimensão bilateral. Para o Global Times, uma relação mais estável e cooperativa entre as duas maiores potências emergentes da Ásia fortalece a voz do Sul Global, amplia a eficácia das instituições multilaterais e contribui para uma ordem internacional mais equilibrada. O desafio, segundo o texto, é manter a gestão institucionalizada das diferenças e transformar o atual ímpeto positivo em confiança de longo prazo.