Wang Yi visitará a Índia para a 24ª rodada de negociações sobre fronteira
A visita ocorre em um momento de esforços renovados para estabilizar as relações entre Pequim e Nova Déli
247 – O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, visitará a Índia entre os dias 18 e 20 de agosto para participar da 24ª rodada de negociações sobre a questão da fronteira entre os dois países. A informação foi divulgada pelo Global Times, que cita comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.
De acordo com a nota oficial, Wang Yi, que também é membro do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e representante especial para a questão fronteiriça, atenderá a convite do governo indiano. A visita ocorre em um momento de esforços renovados para estabilizar as relações entre Pequim e Nova Déli, frequentemente marcadas por tensões na Linha de Controle Real, região disputada pelos dois lados.
Contexto das negociações
A chamada "Questão da Fronteira China-Índia" é um dos temas mais sensíveis da política externa asiática. Desde os confrontos de 2020 no Vale de Galwan, que resultaram em baixas dos dois lados, a confiança bilateral foi abalada, levando a uma série de reuniões militares e diplomáticas para evitar a escalada de hostilidades.
A rodada de negociações que ocorrerá agora será a 24ª desde que os dois países estabeleceram o formato de diálogo entre representantes especiais para tratar da questão. O objetivo principal é reduzir as tensões, buscar mecanismos de prevenção de crises e trabalhar em uma solução de longo prazo que possa atender aos interesses de ambas as nações.
Importância estratégica
A visita de Wang Yi também reforça a relevância geopolítica da relação entre China e Índia, duas potências emergentes e vizinhas que juntas concentram mais de um terço da população mundial. A estabilidade na fronteira é considerada essencial não apenas para a segurança regional, mas também para a cooperação em fóruns multilaterais como os BRICS e o G20.
Especialistas apontam que o encontro pode abrir espaço para avanços em confiança mútua, mesmo que a resolução definitiva da disputa fronteiriça ainda esteja distante. A continuidade do diálogo em alto nível, contudo, é vista como um sinal positivo para evitar que novas crises militares voltem a paralisar a relação bilateral.
