Feira Internacional em Xangai marca o compromisso da China com a globalização
A 8ª Exposição Internacional de Importação da China reafirma o papel do país como defensor de uma economia global aberta e cooperativa
247 – A 8ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, na sigla em inglês) foi inaugurada nesta quarta-feira (5) em Xangai, consolidando-se como um dos principais eventos de diplomacia econômica do país após a quarta sessão plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCC). De acordo com o Global Times, que publicou um editorial sobre o tema, a feira se tornou o “cartão de visitas” da China ao mundo, destacando seu compromisso duradouro com a abertura e a cooperação internacional.
O evento conta com 4.108 expositores estrangeiros de 155 países, regiões e organizações internacionais, e inclui mais de uma centena de atividades paralelas, como o Fórum Econômico Internacional de Hongqiao, rodadas de negociações e iniciativas de promoção de investimentos. Criada em 2018 sob a liderança do presidente Xi Jinping, a CIIE é vista como uma vitrine das credenciais chinesas de livre comércio e da disposição do país em compartilhar prosperidade com outras nações.
Abertura e cooperação como eixos do desenvolvimento
Muitos expositores destacaram que a certeza no desenvolvimento da China e sua política de abertura foram determinantes para investir no país. O editorial observa que as recomendações do 20º Comitê Central do PCC para o 15º Plano Quinquenal definem quatro diretrizes principais: ampliar a abertura externa, fomentar o comércio inovador, expandir a cooperação bilateral em investimentos e fortalecer a Parceria do Cinturão e Rota em alto nível.
Com um crescimento de 5,2% no PIB nos três primeiros trimestres de 2025, a China segue sustentando uma base sólida e resiliente para o desenvolvimento. Nos próximos cinco anos, o país manterá o foco na qualidade e na inovação, criando um ambiente estável e previsível para empresas nacionais e estrangeiras.
Um mercado que gera oportunidades globais
Observadores internacionais apontam que a CIIE oferece um fluxo constante de pedidos e um mercado sustentável para empresas de todos os portes. A China, que é o segundo maior mercado importador do mundo há 16 anos consecutivos, projeta que sua população de renda média ultrapasse 800 milhões de pessoas na próxima década. Isso transforma o país de um mero “mercado consumidor” em uma plataforma global de lançamento e teste de novas tecnologias e modelos de negócios.
O editorial reforça que “caminhar com a China significa caminhar com as oportunidades”, ressaltando que o país converte sua circulação doméstica em demanda pública internacional, mesmo em um cenário de desaceleração do comércio e do investimento global.
Inovações e inclusão na nova edição da feira
A edição deste ano trouxe 461 novos produtos, tecnologias e serviços, quase metade em estreias mundiais. Uma das principais novidades é a criação da “Plataforma Preferencial de Comércio Eletrônico Transfronteiriço”, que conecta empresas estrangeiras ao mercado chinês.
Os Estados Unidos, segundo o Global Times, lideram a área de exposição pelo sétimo ano consecutivo, enquanto a feira reservou pela primeira vez um espaço exclusivo para produtos de países menos desenvolvidos. A iniciativa visa apoiar essas nações — incluindo 53 países africanos com laços diplomáticos com a China — a aproveitar o tratamento de tarifa zero e participar mais plenamente do mercado chinês.
Essas medidas, destaca o editorial, refletem a filosofia chinesa de colocar a justiça acima dos interesses próprios, reforçando o papel da abertura e da cooperação como “a chave dourada para resolver os desafios do desenvolvimento global”.
Abertura institucional e influência internacional
Na véspera da CIIE, encerrou-se a 138ª Feira de Cantão, e o governo chinês ampliou sua política de isenção de vistos para países como França e Suécia. Paralelamente, continuam se expandindo as zonas-piloto de livre comércio e se reduz a lista negativa de investimentos estrangeiros, evidenciando o avanço de uma abertura institucional em ritmo acelerado.
Esse processo, segundo o editorial do Global Times, consolidou uma “marca dourada” reconhecida e respeitada globalmente — símbolo de que os conceitos e práticas econômicas da China não apenas atendem às demandas das empresas internacionais, mas também seguem o curso da história e da modernização global.
Uma economia aberta em um mundo interconectado
A publicação conclui que tanto a economia chinesa quanto a mundial são como oceanos interligados, nos quais nenhuma nação pode prosperar isoladamente. “Desde que os países sigam o rumo dos tempos, defendendo o diálogo em vez da confrontação, a abertura em vez do isolamento, e a cooperação ganha-ganha em vez da competição de soma zero, certamente encontrarão o terreno comum para o sucesso mútuo”, diz o texto.
Ao destacar o papel da feira, o Global Times afirma que produtos de todos os continentes entram nas listas de consumo dos chineses, enquanto a inovação tecnológica do país inspira transformações industriais em escala global. A CIIE, portanto, é a prova viva do compromisso da China com a abertura e o desenvolvimento compartilhado, um gesto de confiança em um futuro de prosperidade mútua e integração global.




