EUA adiam por um ano tarifas retaliatórias contra a China
Decisão foi tomada após encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, que selaram acordo sobre comércio e minerais estratégicos
247 - Os Estados Unidos decidiram adiar por um ano a aplicação de tarifas retaliatórias sobre produtos chineses. A medida foi anunciada após negociações entre o presidente norte-americano Donald Trump e o presidente da China, Xi Jinping, segundo informou o próprio Trump em comunicado publicado no Federal Register, o repositório oficial de documentos do governo dos EUA.
De acordo com a agência russa TASS, o anúncio ocorreu após a reunião entre os líderes na República da Coreia, onde ambos chegaram a um “acordo histórico e monumental sobre as relações econômicas e comerciais”.
O documento detalha que, pelo novo entendimento, a China se comprometeu a adiar e eliminar controles coercitivos sobre exportações globais de terras raras e outros minerais críticos, além de rever medidas de retaliação contra fabricantes de semicondutores dos Estados Unidos e empresas da cadeia de suprimentos desse setor.
A China também aceitou suspender ou remover várias ações retaliatórias contra Washington, incluindo tarifas sobre uma ampla gama de produtos agrícolas norte-americanos até 31 de dezembro de 2026. Além disso, o país asiático estenderá o processo de exclusão tarifária para importações dos EUA até 10 de novembro de 2026.
Em contrapartida, os Estados Unidos manterão suspensa a aplicação das tarifas adicionais sobre importações chinesas até o mesmo prazo. O adiamento anterior vigorava apenas até 10 de novembro deste ano.
A decisão marca uma reviravolta nas tensões comerciais que se intensificaram em outubro, quando o Ministério do Comércio chinês publicou documentos impondo controles mais rígidos à exportação de metais de terras raras e tecnologias associadas. Em resposta, Trump havia anunciado, em 10 de outubro, tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e novas medidas de controle de exportação de softwares, com possível ampliação para peças de aeronaves e outros setores.
Após o encontro com Xi Jinping, realizado em 30 de outubro, o presidente norte-americano declarou que a China concordou em manter o fornecimento de metais de terras raras “sem qualquer restrição”, sinalizando uma trégua no conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.


