Embaixada da China critica pressão dos EUA para que México evite o BRICS como ‘mentalidade hegemônica’
Declaração da missão diplomática em Cidade do México responde às falas de Larry Rubin e acusa Washington de interferência e arrogância
247 – A Embaixada da China no México divulgou nesta sexta-feira uma nota oficial criticando duramente as declarações de Larry Rubin, presidente da American Society of Mexico, que sugeriu que o governo mexicano deveria evitar estreitar laços com países do BRICS, em especial com China e Rússia. A reportagem é do Global Times.
No comunicado, a representação chinesa acusou Rubin de tentar “manchar a cooperação entre os países do Sul Global” e de revelar a “mentalidade hegemônica profundamente enraizada de certas figuras dos EUA, movidas por interesses escusos”. O texto também expressa “forte insatisfação e firme oposição” à tentativa de influenciar as decisões soberanas do México.
Segundo a embaixada, Rubin, como empresário, deveria priorizar a promoção do comércio e dos laços econômicos, mas “adotou o tom de um palestrante autoproclamado para ditar como o governo mexicano deve conduzir suas relações exteriores — uma arrogância vergonhosa”. O comunicado também expõe a contradição da postura norte-americana:
“Enquanto ele condena o México por supostamente evitar outros países, o próprio governo dos EUA impõe repetidamente medidas punitivas a nações latino-americanas em questões tarifárias, migratórias e de segurança, sempre transferindo o ônus para seus vizinhos.”
A embaixada questionou:
“Quem, então, está realmente interferindo e semeando divisão? Quem mina a cooperação e instiga confrontos? Quem, sob o disfarce de ‘preocupação’, prejudica os interesses do próprio México? O povo mexicano há muito conhece a verdade.”
O comunicado ressalta que o engajamento da China na América Latina “baseia-se em apoio mútuo genuíno e progresso compartilhado, e não em jogos de soma zero ou cálculos geopolíticos de ‘vencedor leva tudo’”. A mensagem conclui com um recado direto a Rubin:
“Se você realmente se preocupa com a América Latina, remova suas lentes distorcidas, respeite as escolhas soberanas de outros países e pare de fabricar a chamada ‘ameaça chinesa’. Nenhuma retórica enganosa será capaz de enganar o mundo.”
Com a resposta firme da Embaixada da China, o episódio expõe mais uma vez o atrito crescente entre Washington e Pequim na disputa de influência sobre a América Latina e o papel cada vez mais relevante do BRICS nas relações internacionais do Sul Global.
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