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      Trump aplica tarifaço global a partir de hoje

      Brasil é um dos países mais penalizados com tarifa de 50%

      Presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, enquanto Trump faz anúncio sobre tarifas na Casa Branca, em Washington, D.C., Estados Unidos - 2/04/2025 (Foto: Secretário de Comércio dos EUA diz que produtos eletrônicos isentos serão submetidos a tarifas separadas)
      José Reinaldo avatar
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      247 - As atenções internacionais estão voltadas para a nova onda de tarifas anunciadas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, cuja entrada em vigor ocorre neste 1º de agosto, conforme anunciado pelo próprio mandatário. “O prazo de 1º de agosto permanece firme e não será prorrogado”, afirmou Trump na véspera, selando o fim do período de carência para negociações bilaterais.

      O impacto global é imediato. Apenas seis países — Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas, Japão e a União Europeia — conseguiram firmar acordos comerciais com Washington a tempo de evitar os percentuais mais altos, garantindo tarifas entre 15% e 20%. Para os demais, o cenário é adverso: 20 nações foram notificadas de que enfrentarão taxações entre 25% e 50%, incluindo o Brasil, que passou a figurar no epicentro das hostilidades políticas e comerciais de Trump.

      Segundo apurou a Prensa Latina, o Brasil foi especialmente destacado nos discursos recentes do presidente norte-americano. Nos últimos dias, Trump intensificou suas críticas ao governo Lula, numa tentativa de pressionar diretamente o presidente brasileiro a intervir no processo judicial que corre contra seu aliado político, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A retaliação veio em forma de uma carta oficial enviada a Lula, alertando que o país seria penalizado com uma tarifa de 50% sobre determinados produtos, caso o julgamento de Bolsonaro não fosse encerrado.

      A pressão ultrapassou os limites comerciais. Na quarta-feira (30), o Departamento de Estado dos EUA anunciou sanções econômicas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, responsável por supervisionar as investigações sobre a tentativa de golpe que tentou anular as eleições presidenciais de 2022 no Brasil. A medida sem precedentes, de cunho evidentemente político, agrava ainda mais o clima diplomático entre Brasília e Washington.

      Enquanto isso, os produtos oriundos dos países signatários do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), firmado durante o primeiro mandato de Trump, permanecerão isentos das novas tarifas. Mas há exceções. A Casa Branca anunciou que, a partir desta sexta-feira, as tarifas sobre certos produtos canadenses subirão de 25% para 35%, sob o argumento de que o Canadá “não conseguiu cooperar para conter o fluxo contínuo de fentanil e outras drogas ilícitas”.

      O México, por outro lado, garantiu uma trégua temporária de 90 dias após uma conversa telefônica entre Trump e a presidenta mexicana, Claudia Sheinbaum. Segundo comunicado oficial da líder mexicana, o acordo “busca construir um entendimento de longo prazo baseado no diálogo”.

      Em paralelo, as relações com a China seguem tensas, mas ainda com abertura para o diálogo. As duas potências econômicas retomaram as negociações para prorrogar a trégua tarifária de 90 dias, acordada no final de maio em Genebra. A atual moratória expira em 12 de agosto.

      Contudo, a política tarifária agressiva de Trump levanta fortes questionamentos dentro e fora dos EUA. Economistas alertam que o tarifaço poderá provocar efeitos colaterais indesejáveis, como aumento da inflação e risco de recessão. O próprio presidente norte-americano reconheceu que os americanos enfrentarão um doloroso período de "transição", com custos elevados no curto prazo em nome de uma suposta "recuperação do equilíbrio comercial".

      Além disso, ações judiciais já começaram a ser movidas nos tribunais dos EUA para contestar a legalidade dos poderes invocados por Trump para impor unilateralmente as tarifas. As queixas partem tanto de grupos empresariais como de estados afetados economicamente, questionando a constitucionalidade das medidas adotadas sem aval do Congresso.

      O novo tarifaço de Trump marca não apenas uma escalada protecionista, mas uma intensificação do uso da política comercial como ferramenta de pressão geopolítica e ideológica — com consequências que ultrapassam fronteiras e desafiam as normas do comércio internacional.

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