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      Desfile do Dia da Vitória da China vai enviar ao mundo mensagem de paz e desenvolvimento compartilhado, diz Global Times

      Evento em Pequim no 80º aniversário da vitória antifascista exibirá novos armamentos e mensagem de unidade internacional

      Exército Popular de Libertação da China (Foto: Mídia chinesa)
      José Reinaldo avatar
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      247 - A China prepara-se para realizar um dos desfiles militares mais aguardados da última década, marcado para 3 de setembro em Pequim. A cerimônia celebra os 80 anos da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Segunda Guerra Mundial. Segundo destacou o editorial do Global Times, publicado nesta quarta-feira (20), a iniciativa enviará ao mundo mensagens significativas. “Em primeiro lugar, a comunidade internacional perceberá mais profundamente, a partir do desfile, que as forças da paz estão mais fortes do que nunca. O desfile do Dia da Vitória não apenas mostrará a herança contínua do grande espírito de resistência à guerra na nova era, mas também se apresentará como uma declaração solene ao mundo: defender a perspectiva histórica correta sobre a Segunda Guerra Mundial, salvaguardar firmemente a ordem pós-guerra e defender resolutamente a equidade e a justiça internacionais”, afirma o editorial.

      De acordo com informações divulgadas pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado, o desfile terá cerca de 70 minutos de duração. Tropas do Exército de Libertação Popular (ELP) marcharão pela Avenida Chang’an, em formações inspecionadas por Xi Jinping, secretário-geral do Partido Comunista da China, presidente do país e chefe da Comissão Militar Central. O editorial ressalta que este será um momento histórico, que combina a exibição de poderio militar com simbolismo político e diplomático.

      Armamentos inéditos e modernização militar

      Um dos pontos centrais da parada militar será a apresentação de equipamentos militares, todos de fabricação nacional em serviço ativo, muitos deles exibidos pela primeira vez. Entre as novidades, estão sistemas avançados de ataque de precisão, veículos e aeronaves não tripuladas e tecnologias contra drones. O Global Times destaca que tais exibições buscam demonstrar a capacidade chinesa de proteger soberania, segurança nacional e desenvolvimento, ao mesmo tempo em que reforçam a imagem do país como defensor da paz global.

      Além da exibição de poderio militar, o desfile será interpretado como um recado político: a China deseja mostrar que é uma potência moderna, confiante e responsável. Para o editorial, o país tem sido um ator central na defesa da estabilidade internacional, adotando posições de diálogo em disputas regionais e agindo como força dissuasória contra provocações externas. 

      “Entre as grandes potências da atualidade, a China é uma das que mais prezam a paz, possuem a visão internacional mais ampla e o mais forte senso de responsabilidade global -argumenta o jornal”. “Isso se reflete não apenas em sua contenção em questões específicas, como o Mar da China Meridional e os atritos fronteiriços, mas também em sua ênfase consistente na resolução de conflitos regionais por meio do diálogo e da consulta. Ao mesmo tempo, um exército chinês ‘capaz de lutar e vencer guerras’ dissuadiu efetivamente forças perigosas que buscam incitar conflitos, provocar confrontos e reavivar o militarismo, tornando-se uma força importante para moldar a paz e a estabilidade regionais. A história tem provado repetidamente que a China é uma nação que ama a paz, e este desfile militar enviará mais uma vez essa mensagem à comunidade internacional.

      “Quanto mais plenamente este desfile demonstrar a força da China, maior a probabilidade de impulsionar uma transformação ordenada e construtiva do sistema internacional em condições pacíficas, consolidando a ordem do pós-guerra e defendendo a equidade e a justiça.” 

      O Global Times argumenta que a celebração também será um lembrete de justiça histórica. A vitória antifascista, fruto de uma aliança global que superou divisões ideológicas, representou um marco do triunfo da justiça sobre a tirania. O editorial ressalta que a resistência chinesa durante 14 anos foi decisiva para o desfecho da guerra no Oriente, ainda que narrativas ocidentais, difundidas após a Guerra Fria, tenham reduzido o papel da China no conflito.

      Nesse sentido, o desfile pretende reafirmar que apenas a cooperação internacional pode garantir estabilidade global. Xi Jinping sintetizou essa visão ao declarar: “Cada aumento da força da China é um aumento das perspectivas de paz mundial”.

      Símbolo de ordem global e futuro compartilhado

      Ao projetar sua imagem de potência pacífica e responsável, a China pretende se posicionar como defensora da ordem internacional estabelecida após 1945, em um momento de crescentes tensões geopolíticas. Segundo o editorial, o país busca contribuir com “bens públicos confiáveis” para a estabilidade global, mantendo firme sua visão de governança baseada em consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados.

      Dessa forma, o desfile militar do Dia da Vitória não será apenas uma exibição de armamentos, mas também um evento de afirmação política. Ele transmitirá ao mundo a mensagem de que a China, ao mesmo tempo em que fortalece seu exército, pretende continuar desempenhando papel ativo na preservação da paz e na construção de uma comunidade internacional de destino comum.

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