Conceito chinês de ‘duas montanhas’ aponta caminho sustentável para a humanidade
Ideia lançada por Xi Jinping há 20 anos transforma desenvolvimento da China e inspira soluções globais para a crise ecológica
247 – O conceito dos “duas montanhas”, formulado pelo presidente chinês Xi Jinping há exatamente duas décadas, tornou-se uma referência mundial em desenvolvimento sustentável e construção de uma civilização ecológica. Em editorial publicado nesta sexta-feira (15) pelo jornal Global Times, a imprensa chinesa destacou que a visão — sintetizada na frase “águas límpidas e montanhas verdes são ativos inestimáveis” — mudou profundamente a trajetória do país e oferece respostas práticas para desafios ambientais e econômicos globais.
Segundo o Global Times, a proposta surgiu em 15 de agosto de 2005, durante uma visita de Xi à vila de Yucun, na província de Zhejiang. Na ocasião, ele defendeu que meio ambiente e desenvolvimento não são opostos, mas partes de um mesmo objetivo: “Queremos tanto águas límpidas e montanhas verdes quanto montanhas de ouro e prata”, afirmou. A ideia rompeu com o modelo de crescimento que sacrificava a natureza e definiu, de forma científica, que a preservação ambiental é também um recurso econômico de alto valor.
Da teoria à prática: transformação na China
O editorial destaca que, desde então, a China construiu um modelo de crescimento verde, com melhorias visíveis: céus mais limpos, rios despoluídos, vilas recuperadas e uma economia cada vez mais baseada em baixo carbono, reciclagem e inovação ecológica. Setores como a agricultura sustentável, o ecoturismo, o financiamento verde e a economia digital têm crescido de forma integrada.
A implementação do conceito também impulsionou políticas de proteção ambiental rigorosas, como a criação de “linhas vermelhas” para preservação ecológica e o incentivo à transformação de áreas degradadas em paisagens produtivas e sustentáveis.
Impacto internacional e soluções replicáveis
A experiência chinesa, segundo o Global Times, oferece lições para países em desenvolvimento com grandes populações e recursos limitados. Exemplos incluem a exportação de tecnologias como geração fotovoltaica, biodigestores e sistemas agroecológicos adaptados para a África, além de projetos hidrelétricos na Amazônia que incluem compensação florestal e proteção da fauna.
O texto enfatiza que, diante da crise climática global, a solução passa por cooperação e governança internacional, rejeitando modelos que exportam poluição e estimulam consumo excessivo. O conceito dos “dois montes” propõe harmonia entre humanidade e natureza, entre nações e entre presente e futuro — uma alternativa ao padrão industrial ocidental, considerado insustentável.
Reconhecimento global e futuro compartilhado
Cada vez mais, especialistas estrangeiros reconhecem que essa visão, baseada no humanismo, traduz uma lógica essencial: recursos ecológicos são capital econômico. A abordagem supera o imediatismo e oferece um modelo convincente para um mundo em busca de soluções para a crise climática.
Após 20 anos de aplicação, o conceito prova que é possível avançar em proteção ambiental e crescimento econômico ao mesmo tempo. Para o Global Times, a experiência chinesa simboliza “uma resposta chinesa” à crise ecológica global, capaz de inspirar outros países na construção de um futuro sustentável.