China defende parceria com a Índia em vez de rivalidade, diz ministro das Relações Exteriores
Wang Yi afirma em encontro com Subrahmanyam Jaishankar que os dois países devem superar diferenças e dar exemplo de solidariedade
247 – O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou nesta segunda-feira (18), em Nova Délhi, que China e Índia devem se ver como parceiros e oportunidades, e não como rivais ou ameaças. A declaração foi feita durante reunião com o chanceler indiano, Subrahmanyam Jaishankar, e foi publicada pelo jornal Global Times, que acompanhou a visita oficial.
Segundo Wang Yi, a relação entre os dois países deve se pautar em “confiança mútua, superação de interrupções, ampliação da cooperação e consolidação do ímpeto positivo de melhora nas relações bilaterais”. O ministro destacou ainda que as duas maiores nações em desenvolvimento do planeta, que juntas somam mais de 2,8 bilhões de habitantes, têm responsabilidade global. “China e Índia devem abraçar uma visão mundial e demonstrar a responsabilidade de grandes países”, declarou.
Responsabilidade global e multipolaridade
O chanceler chinês enfatizou que a atual conjuntura internacional, marcada pela aceleração de transformações e pelo aumento de práticas unilaterais de coerção, exige cooperação. Para ele, China e Índia precisam reforçar a solidariedade do Sul Global, defender o multilateralismo e contribuir para um mundo multipolar mais democrático.
“Estamos no 80º aniversário da fundação das Nações Unidas, e a humanidade se encontra em uma encruzilhada para definir a direção futura. Neste contexto, China e Índia devem ser exemplo de autossuficiência e solidariedade”, afirmou Wang.
Índia pede relação baseada em respeito mútuo
Após o encontro, o ministro indiano Subrahmanyam Jaishankar destacou em publicação na rede X (antigo Twitter) que houve discussões produtivas sobre comércio, contatos culturais, peregrinações, compartilhamento de dados fluviais, comércio de fronteira, conectividade e intercâmbios bilaterais.
O chanceler indiano ressaltou os princípios que devem nortear as relações entre os dois países: “Nossas relações são melhor guiadas pelos três mútuos – respeito mútuo, sensibilidade mútua e interesse mútuo”.
Ele acrescentou ainda que, apesar das dificuldades passadas, a relação deve avançar com “uma abordagem franca e construtiva”. Para Jaishankar, o diálogo em Nova Délhi deve contribuir para “a construção de uma relação estável, cooperativa e voltada para o futuro entre Índia e China”.
Importância estratégica da aproximação
A visita de Wang Yi à Índia foi vista por analistas chineses como um sinal de que Nova Délhi dá importância à melhoria das relações com Pequim. Para eles, as conversas de alto nível representam a disposição de ambos os lados em realizar diálogos “francos e profundos”.
O chanceler chinês concluiu que a revitalização das duas grandes civilizações orientais deve se complementar e fortalecer, garantindo “a tão necessária estabilidade para a Ásia e para o mundo em geral”.
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