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China adverte que só com cumprimento de promessas relação econômica com EUA pode se estabilizar

Editorial do Global Times afirma que ameaças de tarifas e sanções por parte de Washington corroem a confiança mútua

Guerra comercial entre China e Estados Unidos (Foto: llustração Global Times)

247 – Apenas o respeito aos compromissos assumidos poderá garantir a estabilidade das relações econômicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos. A avaliação é de um editorial publicado neste domingo (12) pelo Global Times, que criticou duramente as recentes medidas unilaterais anunciadas por Washington. Segundo o texto, os EUA ameaçam impor tarifas de até 100% sobre produtos chineses e taxas portuárias adicionais, além de adotar novas restrições de exportação sob o pretexto de responder aos controles chineses sobre terras-raras.

O Global Times ressaltou que Pequim “não deseja uma guerra comercial, mas não teme enfrentá-la se for necessário para proteger seus direitos legítimos de desenvolvimento”. A publicação destacou que a postura chinesa é “clara e resoluta”: ameaças e coerção não são o caminho para o diálogo.

Críticas à escalada de tensões comerciais

De acordo com o editorial, desde a rodada de negociações econômicas entre os dois países realizada em Madri, em setembro, o governo norte-americano introduziu em menos de 20 dias uma série de medidas restritivas voltadas contra a China. Para Pequim, as dificuldades atuais nas relações comerciais são “inteiramente responsabilidade do lado norte-americano”.

As ações unilaterais de Washington — lideradas pelo presidente Donald Trump — estariam minando a confiança dos mercados globais e reacendendo o temor de uma nova guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O Global Times alerta que, se os EUA continuarem a adotar medidas unilaterais “com base em justificativas fabricadas” e em “práticas de intimidação comercial”, a confiança mútua se deteriorará ainda mais.

A posição chinesa sobre o controle de exportações

Pequim reiterou que suas medidas de controle sobre exportações de terras-raras e produtos relacionados são legítimas, compatíveis com as leis nacionais e as normas internacionais. O objetivo, segundo o editorial, é “aperfeiçoar o sistema de controle de exportações, proteger a segurança nacional e prevenir a proliferação de armas de destruição em massa”.

O texto sublinha que a política chinesa é “transparente e previsível”, com diálogo prévio com os países afetados. Produtos de uso civil continuam elegíveis para licenças de exportação, enquanto itens com potencial militar são restringidos — medida que, na visão de Pequim, não deveria ser motivo para reações excessivas de Washington.

Em contrapartida, o editorial acusa os EUA de “abusar do conceito de segurança nacional” e de impor sanções e controles de exportação discriminatórios contra empresas chinesas, especialmente no setor de semicondutores. Essa postura, diz o texto, revela “o duplo padrão norte-americano”.

Cooperação versus confronto

O Global Times recorda que a história recente das relações sino-americanas demonstra que “ambos os países ganham com a cooperação e perdem com o confronto”. Qualquer tentativa de conter o desenvolvimento chinês, afirma o jornal, “está fadada ao fracasso”.

O editorial também menciona que o mercado norte-americano e a opinião pública nos EUA têm reagido friamente às ameaças da Casa Branca. A ex-diretora de China do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Liza Tobin, é citada dizendo, com ironia, que “enquanto jogamos xadrez em duas dimensões, Pequim joga em quatro”.

Um apelo por diálogo e estabilidade

Para o jornal chinês, a relação econômica entre China e EUA encontra-se novamente em uma encruzilhada: de um lado, uma China “firme em seus princípios e comprometida com a estabilidade do comércio internacional”; de outro, os EUA “presos a padrões duplos e respostas emocionais”.

O editorial conclui com um apelo direto a Washington: “Instamos os Estados Unidos a corrigirem suas práticas equivocadas, a respeitar o consenso alcançado entre os dois chefes de Estado e a manter os mecanismos de consulta econômica e comercial”.

O texto enfatiza que apenas o diálogo baseado em “respeito mútuo, igualdade e benefício recíproco” pode assegurar o desenvolvimento “estável, saudável e sustentável” das relações entre as duas maiores potências econômicas do planeta.

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