Paulo Teixeira: “O Brasil fora do mapa da fome é resultado do governo Lula”
Ministro atribui resultado a programas como o PRONAF, aquisição de alimentos e reforma agrária; defende transformar combate à fome em política de Estado
247 - Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou que a retirada do Brasil do mapa da fome das Nações Unidas é consequência direta da ação coordenada do governo Lula. “O Brasil fora do mapa da fome é resultado do governo Lula”, declarou. Segundo ele, políticas públicas estruturadas e voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar e da segurança alimentar foram fundamentais para reverter o cenário herdado da gestão anterior, quando 33 milhões de brasileiros estavam em situação de fome.
Políticas articuladas: crédito, produção e distribuição
Teixeira destacou que o retorno do Brasil ao mapa da fome após 2016 foi revertido com medidas urgentes desde o início do atual governo. “O presidente Lula recebeu o Brasil com 33 milhões de pessoas no mapa da fome. E uma série de políticas foram adotadas para que saíssemos novamente”, afirmou.
O ministro apontou como um dos pilares dessa transformação o fortalecimento do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que teve aumento expressivo no microcrédito oferecido aos agricultores familiares. “O microcrédito era de R$ 6 mil. Hoje, para a família, é de R$ 35 mil”, disse. O impacto, segundo ele, foi evidente, sobretudo no Nordeste, onde os investimentos saltaram de R$ 5 bilhões para R$ 11 bilhões, impulsionando a renda local.
Além do crédito, Teixeira mencionou o programa de aquisição de alimentos, em que o governo compra produtos da agricultura familiar e os distribui em entidades que atendem populações em insegurança alimentar. “Só neste ano, há uma previsão de R$ 1 bilhão para esse programa”, disse. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é responsável pela seleção dos projetos e pela logística de entrega dos alimentos a creches, abrigos, CRAS e cozinhas comunitárias. “A maioria dos alimentos são orgânicos, agroecológicos, de assentamentos, quilombolas, de cooperativas do MST”, completou.
Produção nos quintais e assentamentos
Outro instrumento destacado foi o programa Quintais Produtivos, voltado principalmente às mulheres rurais, que recebem apoio para cultivar alimentos em pequenas áreas. “Às vezes, a pessoa pode produzir 40 tipos diferentes de alimentos. Pode ter galinheiro, peixe, legumes, verduras, frutas e proteína”, explicou Teixeira.
O ministro também afirmou que a reforma agrária tem papel central na retomada da produção de alimentos. “Só neste ano, vamos chegar a 30 mil famílias assentadas, um número ousado na história da reforma agrária”, disse. Segundo ele, além da terra, essas famílias recebem crédito para produzir e construir moradia. O programa de reforma agrária, em sua avaliação, é uma das bases para garantir soberania alimentar e combater a concentração fundiária.
Impacto no preço dos alimentos
Teixeira associou o conjunto dessas políticas a uma deflação de alimentos nos últimos meses. “O que está puxando a inflação para baixo são os alimentos”, afirmou. Ele citou como exemplo o preço do arroz, que caiu de cerca de R$ 32 para R$ 15, devido à expansão da produção, incentivos de crédito e introdução de novas cultivares desenvolvidas pela Embrapa.
O ministro acrescentou que a combinação da queda nos preços dos alimentos com a valorização do salário mínimo e os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, gerou ganho real para a população mais vulnerável. “A renda dos mais pobres cresceu o dobro da média nacional”, disse.
“Temos que transformar em política de Estado”
Apesar dos avanços, Paulo Teixeira alertou para a necessidade de consolidar as políticas de combate à fome como políticas de Estado, para que não sejam descontinuadas por futuros governos. “Todos esses programas foram aprovados por leis que os sustentam, mas precisamos transformá-los em programas de Estado, como foi o Bolsa Família”, argumentou. Segundo ele, essa institucionalização é fundamental para evitar ciclos de retrocesso, como os registrados nos governos Temer e Bolsonaro.
Para isso, defendeu o engajamento da sociedade civil, das entidades que atuam voluntariamente na distribuição dos alimentos e do setor empresarial. “É um momento de transformar essa política numa política de Estado”, reiterou. Assista:
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