'Norte Global está em guerra híbrida contra o Brasil', alerta Brian Mier
Movimento, segundo o jornalista, utiliza até bandeiras ambientais para minar o governo Lula
247 - A atuação coordenada de interesses internacionais para desgastar o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou novos contornos, segundo o jornalista norte-americano Brian Mier. Em análise na TV 247, ele afirmou que países e grupos influentes do Norte Global têm mobilizado estratégias de guerra híbrida para atingir o Brasil.
Mier apontou que a ofensiva ganha força a partir de setores alinhados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aliados europeus, que “estão em guerra híbrida contra o Brasil neste momento”, conforme declarou.
O jornalista citou como exemplo a articulação entre membros do governo do Estado do Rio de Janeiro e representantes da administração Trump, que buscam enquadrar facções criminosas brasileiras como organizações terroristas. Para Mier, o objetivo seria abrir brecha para possíveis intervenções militares externas. “Quando a máquina do Norte Global imperialista começa a agir, é espectro total”, afirmou.
Ele destacou também que a estratégia não se limita à direita tradicional e que setores que se identificam como progressistas vêm participando do movimento. “Venho monitorando isso há meses. Vi uma movimentação muito grande usar a Margem Equatorial como plataforma para atacar o governo Lula na questão ambiental”, disse. Segundo Mier, uma série de reportagens e análises amplificadas por ONGs internacionais tenta associar a exploração petrolífera na região a um suposto risco direto ao Rio Amazonas.
De acordo com o jornalista, essa narrativa deturpa informações técnicas básicas. “Estão tentando transmitir a ideia de que Lula está perfurando petróleo dentro do Rio Amazonas. Estão apresentando esse bloco de petróleo como se fosse dentro do rio, enquanto ele está a 540 quilômetros da foz do Rio Amazonas”, afirmou. Para ele, trata-se de uma distorção conveniente e direcionada.
Mier também classificou como “hipocrisia” o silêncio de alguns grupos ambientais diante de operações semelhantes realizadas por multinacionais. Ele lembrou que a britânica BP adquiriu, em dezembro de 2023, um bloco de petróleo na Bacia de Santos, sem enfrentar a mesma mobilização contrária. “Não ouvi muitas reclamações”, criticou.
O jornalista chamou atenção para o impacto das emissões de CO₂ nesses projetos offshore. Segundo ele, o risco ambiental mais preocupante é a liberação de grandes volumes de gás carbônico — e não necessariamente vazamentos de petróleo. Mier destacou que o governo brasileiro impõe um limite de 40% de CO₂ para autorizar perfurações e citou rumores de que o poço do pré-sal na Bacia de Santos poderia chegar a 80% de concentração. “Esse é o risco. Mas esses grupos ambientalistas não fazem muito barulho quando é uma empresa multinacional”, afirmou.


