“Não é acidente, é plano, Israel mira jornalistas”, diz Breno Altman
Jornalista denuncia estratégia israelense para silenciar a cobertura em Gaza e impedir a circulação de informações sobre o genocídio palestino
247 - Em entrevista ao programa Bom Dia da TV 247, o jornalista Breno Altman afirmou que o assassinato de profissionais da imprensa na Faixa de Gaza não é resultado de incidentes isolados, mas de uma política deliberada de Israel para controlar a narrativa sobre a guerra. “Não é um acidente, é um plano. Israel mira jornalistas para matá-los, sempre sob a alegação de que esses jornalistas são colaboradores do Hamas”, declarou.
Segundo Altman, o número de repórteres mortos no território palestino já supera amplamente registros de outros conflitos. Ele comparou: “Em toda a Segunda Guerra Mundial, o maior conflito da história, foram assassinados 69 jornalistas. Em Gaza, Israel já matou 186 repórteres”. Para ele, o objetivo central é impedir a divulgação de informações e imagens que mostrem a destruição e as violações de direitos humanos.
O jornalista destacou que, pela primeira vez nas guerras modernas, a imprensa internacional é proibida de ter enviados especiais na linha de frente. “Isso nunca aconteceu no Iraque, no Vietnã, na Argélia ou na própria Segunda Guerra Mundial. Israel quer controlar a narrativa e invisibilizar o genocídio”, afirmou. Apesar do apoio dos principais veículos ocidentais, Altman ressaltou que a disseminação das redes sociais e o trabalho de repórteres independentes e freelancers romperam o bloqueio informativo.
Para ele, essa perda do “controle da narrativa” explica a escalada da violência. “Israel luta para silenciar as vozes que documentam o massacre. A presença de celulares e mídias alternativas fez com que o mundo visse imagens que o regime sionista não queria que circulassem”, disse.
Altman também ligou a política de ataques à imprensa a um projeto mais amplo de limpeza étnica e anexação territorial. Ele citou declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e planos aprovados pelo gabinete de segurança israelense para ocupar permanentemente Gaza, sem a participação palestina em sua administração. O jornalista classificou a estratégia como uma “solução final” contra o povo palestino, traçando paralelo com a Conferência de Wannsee, de 1942, que formalizou o extermínio de judeus pelo regime nazista.
A política de assassinatos e bloqueio de jornalistas, concluiu Altman, integra o esforço para sustentar o que descreveu como “psicopatia genocida” do Estado de Israel. “Israel não entende outra linguagem que não seja a da força. É preciso asfixiá-lo comercial e militarmente, como ocorreu com a África do Sul do apartheid. A ruptura de relações comerciais e diplomáticas é o passo necessário para interromper essa política”, defendeu. Assista: