“Congresso é careta, corrupto, defensor dos bilionários”, diz Minc
Ex-ministro acusa parlamentares de sabotarem o meio ambiente e protegerem privilégios das elites econômicas
247 - Em entrevista ao Bom Dia 247,da TV 247, o deputado estadual e ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc não poupou críticas ao Congresso Nacional. O parlamentar afirmou que a maioria dos deputados e senadores atua de forma “careta, corrupta e defensora dos bilionários”, em vez de priorizar a sociedade e a preservação ambiental.
Minc destacou que, em Brasília, interesses econômicos têm prevalecido sobre direitos sociais e ambientais. Ele citou como exemplo a articulação para derrubar os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao chamado “PL da Devastação”, que abre brechas para o enfraquecimento da proteção da Mata Atlântica, de terras indígenas e quilombolas, além do sistema de licenciamento ambiental.
“Esse Congresso não é melhor do que a Assembleia do Rio. É um desastre ecológico, com raras e honrosas exceções. É careta, safado, corrupto, predador do meio ambiente e defensor dos bilionários”, afirmou o deputado.
Segundo ele, as manobras parlamentares que miram o desmonte da legislação ambiental reproduzem o lobby de grandes grupos econômicos. Minc lembrou que, quando esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente, entre 2008 e 2010, o Brasil conseguiu reduzir o desmatamento pela metade e criar instrumentos como o Fundo Clima e o Fundo Amazônia, resultado de uma política voltada para o interesse público — o oposto do que, em sua visão, o Congresso atual promove.
O ex-ministro também ressaltou a importância da mobilização popular para conter retrocessos. Ele citou episódios recentes em que a pressão da sociedade foi decisiva, como no caso da chamada “PEC da Bandidagem”, que buscava dificultar a punição de parlamentares, e da “PEC da privatização das praias”. Ambas foram barradas após forte reação social.
Para Minc, a postura de subserviência do Congresso às elites econômicas ameaça diretamente a qualidade de vida da população brasileira. Ele defende que apenas uma renovação ampla das bancadas em 2026 poderá garantir avanços consistentes em pautas sociais e ambientais.
“Não adianta pensarmos apenas em quem será o próximo presidente. Precisamos eleger representantes no Congresso que estejam comprometidos com a democracia, com o meio ambiente e com a justiça social”, concluiu.
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