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      “Ao comemorar uma medida que prejudica o Brasil, Tarcísio prejudica diretamente o próprio estado que governa”, diz deputado

      Dep. Emídio de Souza critica postura do governador de São Paulo frente à imposição de tarifas por Trump e aponta tentativa de facilitar fuga de Bolsonaro

      (Foto: Divulgação | Alesp)
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      247 - Durante entrevista ao programa Brasil Agora, o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP), que representa Osasco e região na Assembleia Legislativa de São Paulo, fez duras críticas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a quem acusou de colocar os interesses de Jair Bolsonaro acima dos do Estado de São Paulo e do país. Emídio concentrou sua análise na reação do governador às tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, especialmente aqueles oriundos da economia paulista, e na suposta tentativa de Tarcísio de interceder junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para autorizar uma viagem internacional do ex-presidente.

      Segundo Emídio, a postura de Tarcísio diante da decisão do presidente norte-americano Donald Trump de sobretaxar produtos brasileiros foi ambígua e danosa. “Tarcísio muda de posição conforme o vento. Quando Trump anunciou as tarifas contra o Brasil, ele foi rápido em culpar Lula, dizendo que o debate havia sido ideologizado. Um absurdo. Depois, diante da repercussão negativa, voltou atrás e passou a dizer que estava preocupado com os negócios de São Paulo”, afirmou o deputado.

      Para ele, essa mudança de discurso omite o essencial: “São Paulo é o estado mais desenvolvido do país. É o maior exportador de suco de laranja, minérios, café, tecnologia e produtos industriais para os Estados Unidos. Ao comemorar uma medida que prejudica o Brasil, Tarcísio prejudica diretamente o próprio estado que governa”.

      Emídio também criticou a postura do governador diante da tentativa de Jair Bolsonaro de sair do país. Segundo ele, Tarcísio atuou diretamente para interceder junto ao Supremo: “O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ligou para ministros do STF pedindo que Bolsonaro fosse autorizado a deixar o país para negociar contratos. Gente, nós somos um país. Não somos uma republiqueta de bananas. Quem negocia em nome do Brasil é o governo federal. E esse governo foi eleito democraticamente. É liderado pelo presidente Lula. Não existe isso de ex-presidente querer representar a nação em negociações internacionais. Isso não acontece nem nos Estados Unidos, nem em lugar nenhum do mundo. Simplesmente não tem cabimento”.

      Para o parlamentar, o real objetivo de Bolsonaro era escapar da Justiça. “O que Bolsonaro queria, na verdade, era fugir do Brasil. E ele sabe disso. Há um risco real de fuga. E Tarcísio tenta facilitar esse movimento. É uma figura que parece não ter opinião própria sobre nada. Qualquer pressão o faz mudar de ideia. Vive recuando.”

      Emídio informou que protocolou uma representação no Ministério Público, pedindo investigação por possível crime de responsabilidade. “Diante disso, entrei com uma representação junto ao Ministério Público para que se investigue possível ato de improbidade administrativa. Inclusive acionei o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral da República. Por quê? Porque estamos diante de um possível crime de responsabilidade. Essa história de Tarcísio instigar ou facilitar a fuga de Bolsonaro é, sim, uma forma de interferência em um processo judicial”.

      Para ele, o gesto pode configurar obstrução de Justiça: “Ele está tentando dificultar o andamento da Justiça. E como isso fica? Bolsonaro foge, e depois? Tarcísio vai responder por ele? Quando for decretada a prisão, ele é que vai para a cela no lugar do Bolsonaro? É evidente que não”.

      Segundo o deputado, “esse tipo de conduta configura obstrução de Justiça. E quem comete obstrução sabe que isso é crime. É crime comum, com pena de prisão, mas, quando praticado por um agente público, como um governador de estado, também pode configurar crime de responsabilidade”.

      Emídio de Souza concluiu sua fala reforçando a necessidade de responsabilização institucional: “É por isso que essa investigação precisa avançar. O Brasil não pode aceitar esse tipo de cumplicidade institucional com a impunidade”. Assista:

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