Walmart: tarifas de Trump fazem 'custos aumentarem a cada semana'
De acordo com o CFO John David Rainey, consumidores “seguem resilientes”, com destaque para a procura em mercearia, saúde e bem-estar
247 - O grupo Walmart afirmou que as tarifas dos Estados Unidos estão elevando seus custos este ano. Cerca de um terço dos produtos vendidos pela empresa nos EUA é importado de países como China, México, Vietnã e Índia. A empresa fez cerca de 7.400 reduções de preços no segundo trimestre fiscal de 2025, 2 mil a mais que no período anterior, conforme dados divulgados pela própria instituição. O CFO John David Rainey afirmou que os consumidores “seguem resilientes”, com destaque para a procura em mercearia, saúde e bem-estar. CFO é a sigla para Chief Financial Officer (Diretor Financeiro ou Diretor Executivo de Finanças).
"Da maneira como as coisas se desenrolaram até agora, o impacto das tarifas tem sido gradual o suficiente para que quaisquer ajustes comportamentais por parte do cliente tenham sido de certa forma atenuados", afirmou Doug McMillon, CEO do Walmart, aos analistas enquanto a empresa divulgava os resultados do segundo trimestre nesta quinta. O relato saiu no Financial Times. CEO é a sigla para Chief Executive Officer (Diretor Executivo ou Presidente Executivo).
"Mas à medida que reabastecemos o estoque com níveis de preços pós-tarifa, continuamos vendo nossos custos aumentarem a cada semana, o que esperamos que continue no terceiro e quarto trimestres".
O grupo registrou números positivos: receita de US$ 177,4 bilhões (cerca de R$ 974 bilhões), alta de 4,8% em relação ao mesmo período de 2024. Agora, no contexto atual, o desafio é negociar políticas que realmente ajudem as classes empresarial e trabalhadora tanto nos EUA como no Brasil e em outros países, uma agenda alinhada com o multilateralismo.
As tarifas de Trump fazem parte de uma política mais protecionista, defendida principalmente por membros do Partido Republicano nos EUA, uma agenda que, historicamente, rejeita mais uma política global multilateral e cooperativa.
Os tarifaços do político que representa a extrema direita norte-americana também são resultado do crescimento do Brics, uma das principais frentes de resistência à hegemonia dos EUA na política e na economia global.
Em 11 de agosto, Trump assinou uma ordem executiva estendendo a pausa nas tarifas norte-americanas sobre importações chinesas por mais 90 dias. Em 12 de maio, os dois países concordaram em reduzir temporariamente as chamadas “tarifas recíprocas” por um período de 90 dias.
As tarifas aplicadas pelos EUA sobre importações chinesas diminuíram de 145% para 30%, tecnicamente. As taxas impostas pela China sobre produtos americanos caíram de 125% para 10%.
Em 6 de agosto, os EUA anunciaram uma tarifa extra de 25% sobre produtos importados da Índia.
Em 12 de julho, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou novas tarifas de 30% para o México e a União Europeia (UE). Dez dias antes, em 2 de julho, os EUA anunciaram uma tarifa de 20% sobre produtos vietnamitas importados.
Brics
Em 2023, a participação do BRICS no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, medido em paridade de poder de compra (PPP) a preços correntes, alcançou aproximadamente 39%. No comércio internacional, o bloco foi responsável por 24% do total das transações globais.
Segundo dados divulgados no site oficial do BRICS, o grupo reúne 48,5% da população mundial e ocupa 36% do território do planeta. A Agência Internacional de Energia (IEA) destacou que os países do bloco concentram cerca de 72% das reservas globais de minerais de terras raras, além de responderem por 43,6% da produção mundial de petróleo, 36% da produção de gás natural e 78,2% da produção de carvão mineral.