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      Simone Tebet: ‘podemos ter surpresa com reposicionamento dos EUA sobre carne e café’

      A ministra sugeriu que o governo Donald Trump pode rever a decisão que incluiu os dois produtos no tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras

      Simone Tebet (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
      Leonardo Lucena avatar
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      247 - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (5) que o Brasil pode ter uma “surpresa” com algum reposicionamento do governo dos Estados Unidos sobre a carne e o café. Os dois produtos, junto com frutas, foram incluídos no tarifaço de 50% anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, contra as exportações brasileiras.

      “A única coisa que ficou de fora (das exceções) dos EUA, que é realmente caro para o paladar deles, é a carne e o café. O resto eles se reposicionam. E algumas frutas. Acreditamos que, quando eles olharem os números inflacionários desses produtos, fizerem a pesquisa de opinião pública, eles vão reposicionar esses produtos no mercado”, afirmou a titular do MPO a jornalistas. “Eles não têm interesse em ficar alardeando porque estão cedendo”. 

      O presidente Donald Trump havia citado o inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro (PL) como justificativa para as tarifas de 50%. O político da extrema direita brasileira é réu na investigação, está em prisão domiciliar e cumpre medidas cautelares. No campo da economia, os dois governos (Lula e Trump) fazem negociações para reverter o tarifaço ou diminuir seus impactos. 

      De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), as exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2024 representaram US$ 40,3 bilhões, aumento de 9,2% sobre o ano anterior. O volume exportado foi de 40,7 milhões de toneladas em produtos, alta de 9,9% sobre 2023. Entre os principais produtos da indústria brasileira exportados para os Estados Unidos estão café, carne, celulose, petróleo bruto e aeronaves.

      Outro motivo, não explicitado, foi o crescimento do BRICS, que, em 2023, teve a participação em cerca de 39% do PIB mundial (em paridade de poder de compra, a preços correntes). O grupo responde por 24% do comércio internacional, 48,5% da população mundial e ocupa 36% da superfície terrestre, de acordo com o portal oficial do BRICS, o bloco abriga. No setor energético e de recursos minerais, os países membros detêm:

      • 72% das reservas globais de terras raras
      • 43,6% da produção mundial de petróleo
      • 36% da produção global de gás natural
      • 78,2% da produção de carvão mineral (dados da Agência Internacional de Energia - IEA).

      Produtos isentos do tarifaço. São 694 divididos nos seguintes grupos:

      • suco e polpa de laranja
      • Combustíveis e derivados energéticos
      • Minérios (como ferro)
      • Fertilizantes
      • Aeronaves civis, motores e peças
      • Celulose e polpa de madeira
      • Metais preciosos

      Café, frutas e carnes continuarão sujeitos à tarifa de 50%.

      Comércio Brasil-EUA: carnes e café

      A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) informou que, de janeiro a setembro de 2024, por exemplo, as exportações de carne bovina do Brasil para o mercado norte-americano aumentaram 58% no volume, com 147 mil toneladas. A receita subiu 48,7%, e representou US$ 867,4 milhões.

      Números divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontaram que, em 2024, o Brasil exportou um volume recorde de 46,1 milhões de sacas de 60 kg de café, volume 30,6% maior que as 35,3 milhões de sacas comercializadas no ano anterior.

      Os EUA foram o maior importador, adquirindo 7,6 milhões de sacas. A estatística representou aumento de 16,5% das vendas externas brasileiras. Em comparação a 2023, as compras norte-americanas expandiram 40,7%, ao passar de 5,4 milhões para 7,6 milhões de sacas.

      O desempenho reforça a posição do Brasil como principal fornecedor global de café e destaca a forte demanda dos EUA, que seguem como o mercado mais relevante para o produto brasileiro.

      Fator Moraes

      Como parte de medidas punitivas adotadas pela administração norte-americana, quaisquer bens ou recursos financeiros vinculados ao ministro Alexandre de Moraes em território dos EUA serão bloqueados. Instituições financeiras estão legalmente obrigadas a reportar esses ativos ao OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros), responsável por fiscalizar operações envolvendo patrimônios estrangeiros.

      As restrições incluem proibição de transações bancárias em instituições norte-americanas e o impedimento de movimentação ou gestão de fundos em contas mantidas nos EUA. A ação foi implementada com base na Lei Magnitsky, instrumento jurídico criado em 2012 após a morte do advogado russo Sergei Magnitsky, ocorrida em uma prisão de Moscou em 2009.

      Inicialmente focada em punir agentes ligados a esse caso, a legislação foi ampliada em 2016, permitindo ao governo dos EUA sancionar indivíduos ou entidades acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos – mesmo sem condenação judicial prévia.

      O ministro do Supremo minimizou a decisão ao dizer a interlocutores que a medida "não terá impacto prático", porque ele não tem bens, investimentos ou contas bancárias sob jurisdição dos Estados Unidos.


       

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