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      Simone Tebet diz que BRICS é a solução para o Brasil

      Em evento na Fiesp, ministra do Planejamento defende pragmatismo diante das tarifas de Trump e aposta na integração sul-americana

      Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em cerimônia no Banco Central, em Brasília - 02/04/2025 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (30) que o fortalecimento da aliança do Brasil com o BRICS — grupo que reúne algumas das principais economias emergentes do mundo — é fundamental para o futuro do país. “O BRICS não é problema nessa equação; o BRICS, hoje, para o Brasil, é solução”, disse. A declaração foi feita durante o evento Logística no Brasil, promovido pelo jornal Valor Econômico, com apoio da Infra S.A e do Ministério dos Transportes, na sede da Fiesp, em São Paulo.

      Tebet ressaltou que o Brasil não pode prescindir de mercados estratégicos, como o asiático, nem de insumos essenciais, como os fertilizantes da Ucrânia. “A nossa dependência do agro com países asiáticos é de quase 50% e 10% com os EUA”, afirmou, ao defender que decisões geopolíticas sejam guiadas por números e não por ideologia. A ministra também enfatizou que a integração sul-americana é chave para o desenvolvimento nacional. “A forma mais rápida e eficiente de chegar à Ásia é pelo Pacífico. Não podemos ficar sujeitos a intempéries como acabou de acontecer, pegando o mundo de surpresa”, alertou.

      Sobre as novas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Tebet propôs cautela e pragmatismo. “Não podemos fazer biquinho nem chorar. É preciso entender o que é espuma e o que é chope nesse processo”, declarou. Segundo ela, é necessário compreender quais setores americanos serão protegidos e o que os EUA estão dispostos a conceder em contrapartida. “Eles são pragmáticos. Pode haver diminuição de tarifas sobre café, frutas e aquilo que interessa a eles. A partir disso, podemos desenhar políticas de contingência com responsabilidade fiscal”, disse.

      Tebet também refletiu sobre o impacto das políticas americanas na economia global. “Obviamente, o mundo não será mais o mesmo”, afirmou, ao comentar o cenário após a posse de Trump para seu segundo mandato. “A nossa sorte é que Trump não foi reeleito e, nesse ‘gap’, muitos países se reposicionaram”, acrescentou, referindo-se ao período anterior à atual gestão. Segundo ela, o Brasil aproveitou esse intervalo para avançar em rotas de integração com os países vizinhos.

      A ministra ainda criticou o recente acordo entre Estados Unidos e União Europeia, classificando-o como “fraco”, e questionou se a Europa terá condições de cumprir os compromissos assumidos, sobretudo diante de tensões com a Rússia. “Será que a União Europeia vai mesmo conseguir cumprir esse acordo de investimentos com os americanos, à custa de certa proteção militar ou bélica?”, indagou. Ao comparar com a situação brasileira, afirmou: “Quando olhamos para o Brasil, não vemos nada disso. A balança comercial dos EUA com o Brasil é superavitária para eles.”

      Ao final, Tebet reiterou a necessidade de o Brasil agir com estratégia e independência em um cenário internacional marcado por incertezas. Para ela, o fortalecimento das relações com os países do BRICS e com os vizinhos sul-americanos é parte essencial dessa equação.

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