"Selic em 15% é um erro", diz Uallace Moreira
Secretário do Ministério da Indústria e Comércio destaca 'inflação em arrefecimento, câmbio estável e política fiscal equilibrada'
247 - O secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério da Indústria e Comércio, Uallace Moreira, criticou nesta segunda-feira (3) a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que a decisão seria um equívoco diante do cenário de desaceleração da inflação, estabilidade cambial e equilíbrio fiscal.
Segundo reportagem do Valor Econômico, que ouviu 120 instituições financeiras, o mercado financeiro aposta que o Banco Central (BC) manterá a Selic no atual patamar na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta quarta-feira (5). A maioria dos analistas espera que os cortes na taxa de juros só comecem em 2026, contrariando expectativas anteriores de flexibilização ainda neste ano.
"Manter juros em 15% pune o mundo real"
Em sua publicação, Uallace Moreira defendeu uma redução imediata da taxa básica, afirmando que o atual nível prejudica o setor produtivo e o mercado de trabalho.
“Taxa de juros em 15% é um erro. Enquanto o ‘mercado’ espera a Selic parada em 15%, colocando o Brasil como a segunda maior taxa de juro real do mundo, o mundo real, a indústria e o mercado de trabalho esperam a redução do juro para estimular o investimento, o crescimento e a geração de emprego e renda”, escreveu o secretário.
Para ele, a decisão do Banco Central de manter a Selic elevada ignora os fundamentos positivos da economia.
“Manter em 15% pune o mundo real, o emprego e o investimento produtivo, e pior ainda, deteriora as contas públicas com o aumento da dívida nominal por causa do aumento dos gastos com o serviço da dívida”, afirmou.
Mercado aposta em cautela prolongada
De acordo com o levantamento do Valor Econômico, 90% das instituições consultadas acreditam que o Copom manterá a taxa inalterada nesta semana. O jornal destaca que o otimismo em relação a cortes ainda em 2025 perdeu força: em setembro, 30% dos analistas esperavam uma redução neste ano; agora, menos de 10% sustentam essa previsão.
Economistas ouvidos pela reportagem avaliam que a comunicação do BC tem reforçado uma postura conservadora.


