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Secretário do Tesouro dos EUA defende corte imediato de juros pelo Fed em até 1,75 ponto percentual

Scott Bessent sugere início de redução já em setembro e afirma que economia justificaria taxa básica bem abaixo do nível atual

O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, discursa durante uma coletiva de imprensa após um almoço semanal de política no Capitólio, em Washington, DC, EUA, em 24 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Kevin Mohatt)

247 - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, fez nesta quarta-feira (13) sua defesa mais contundente até agora para que o Federal Reserve (Fed) inicie um ciclo de cortes na taxa básica de juros. Em entrevista à Bloomberg, Bessent afirmou que a taxa de referência deveria estar pelo menos 1,5 a 1,75 ponto percentual abaixo do patamar atual.

Segundo ele, o movimento poderia começar já na próxima reunião do banco central, em setembro, com um corte inicial de 0,5 ponto percentual. “Se você olhar qualquer modelo, verá que provavelmente deveríamos estar de 150 a 175 pontos-base mais baixos”, declarou.

Revisão de dados do mercado de trabalho reforça argumento

O Fed manteve a taxa de referência na faixa de 4,25% a 4,5% na última reunião de política monetária. Para Bessent, se os formuladores de política monetária tivessem em mãos as informações revisadas do mercado de trabalho — divulgadas dois dias após o encontro —, a decisão poderia ter sido diferente.

Ele destacou que as estatísticas publicadas pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho em 1º de agosto reduziram em 258 mil o número de empregos criados em maio e junho. “Suspeito que poderíamos ter tido cortes de juros em junho e julho”, disse o secretário.

Quebra de tradição e pressão política

Normalmente, ocupantes do cargo de secretário do Tesouro evitam indicar movimentos futuros do Fed. Até recentemente, o próprio Bessent vinha se restringindo a comentar decisões passadas. A mudança ocorre em um contexto em que o presidente Donald Trump tem feito críticas públicas ao presidente do Fed, Jerome Powell, por não ter reduzido juros este ano.

Powell, por sua vez, e outros dirigentes da autoridade monetária defendem aguardar mais evidências sobre o impacto das tarifas comerciais na inflação e nas expectativas de preços antes de agir.

Sucessão no comando do Fed

Bessent também afirmou que há entre 10 e 11 nomes em avaliação para suceder Powell quando seu mandato terminar, em maio. Segundo ele, a lista inclui autoridades atuais do Fed e profissionais do setor privado. O secretário disse ainda não esperar que Stephen Miran, indicado por Trump para preencher uma vaga no conselho do banco central, permaneça no cargo após o término de seu mandato em janeiro.

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