Presidente da Apex cobra 'lado' de Tarcísio sobre tarifaço: 'ou está com o Brasil ou com quem aplica sanções'
Jorge Viana cobra posição do governador de SP diante do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump contra exportações brasileiras
247 - O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Jorge Viana, fez duras críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em meio ao agravamento da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos. Com a entrada em vigor, nesta quarta-feira (6), de uma sobretaxa de 50% sobre boa parte dos produtos brasileiros exportados aos EUA, Viana afirmou que Tarcísio precisa definir de que lado está. As informações são do Metrópoles.
“Não tem muro para o governador Tarcísio [de Freitas]. Ele tem de estar de um lado. Ou ele vai ficar do lado dos aliados dele que estão fazendo as sanções, ou ele vai ter que vir para o lado do Brasil”, afirmou o presidente da Apex, numa cobrança direta ao ex-ministro de Jair Bolsonaro, agora aliado do presidente estadunidense Donald Trump.
Segundo dados da própria agência, 70% das exportações brasileiras aos Estados Unidos partem da Região Sudeste. Deste total, 30% têm origem apenas no estado de São Paulo, o que torna a unidade da federação governada por Tarcísio a mais atingida pelas medidas protecionistas adotadas por Trump. “O estado mais prejudicado com as sanções é São Paulo e o governador Tarcísio sabe disso”, alertou Viana, acrescentando que, caso o governador não reaja, “vai trabalhar contra São Paulo”.
A tarifa de 50% foi oficializada por meio de uma ordem executiva assinada por Donald Trump no dia 31 de julho. A medida soma uma alíquota de 10%, anunciada em abril, a um acréscimo de 40% divulgado no início do mês e confirmado no dia 30 de julho. Os novos valores passaram a valer nesta quarta-feira.
Apesar da abrangência da medida, quase 700 produtos foram poupados da sobretaxa de 40% e seguem com a cobrança de 10%. Estão entre os itens parcialmente preservados o suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro.
Diante do impacto imediato sobre a economia brasileira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que um plano de contingência será apresentado ainda nesta quarta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com Haddad, a proposta está pronta e será enviada para avaliação do chefe do Executivo.
A expectativa é de que o plano seja apresentado por meio de uma medida provisória, instrumento que permite aplicação imediata e tramitação simultânea no Congresso Nacional. O anúncio formal, no entanto, caberá ao presidente Lula.
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