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Petróleo cai quase 6% com a retaliação do Irã focada nas bases militares regionais dos EUA

Os contratos futuros do petróleo Brent caíam US$4,29, ou 5,57%, para US$72,72 por barril, por volta de 14h55 (horário de Brasília)

Petróleo dispara após ataque de Israel contra o Irã (Foto: Reuters)
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HOUSTON (Reuters) - Os preços do petróleo caíam mais de US$4, ou quase 6%, nesta segunda-feira, depois que o Irã atacou a base militar dos Estados Unidos no Catar, em retaliação aos ataques dos EUA às suas instalações nucleares, e não tomou medidas para interromper o tráfego de navios-tanque de petróleo e gás através do Estreito de Ormuz.

Os contratos futuros do petróleo Brent caíam US$4,29, ou 5,57%, para US$72,72 por barril, por volta de 14h55 (horário de Brasília). O petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) caía US$4,11, ou 5,57%, a US$69,73.

Explosões foram ouvidas sobre a capital do Catar, Doha, nesta segunda-feira, segundo uma testemunha da Reuters, pouco depois de um diplomata ocidental ter dito que havia uma ameaça iraniana crível contra a base aérea de al Udeid, administrada pelos EUA, no Estado árabe do Golfo.

"Os fluxos de petróleo, por enquanto, não são o alvo principal e provavelmente não serão afetados; acho que será uma retaliação militar contra as bases dos EUA e/ou uma tentativa de atingir mais alvos civis israelenses", disse John Kilduff, sócio da Again Capital.

O Catar disse que fechou seu espaço aéreo, enquanto o espaço aéreo dos Emirados Árabes Unidos foi fechado com base em rotas de voo e áudio de controle de tráfego aéreo, de acordo com a Flightradar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que havia "obliterado" as principais instalações nucleares do Irã em ataques no fim de semana, juntando-se a um ataque israelense em uma escalada do conflito no Oriente Médio, já que Teerã prometeu se defender.

Israel realizou novos ataques contra o Irã nesta segunda-feira, incluindo a capital Teerã e a instalação nuclear iraniana de Fordow, que também foi alvo do ataque dos EUA.

Pelo menos dois superpetroleiros deram meia-volta perto do Estreito de Ormuz após os ataques militares dos EUA contra o Irã, segundo dados de rastreamento de navios, já que mais de uma semana de violência na região levou as embarcações a acelerar, pausar ou alterar suas viagens.

Cerca de um quinto do suprimento global de petróleo passa pelo estreito. No entanto, o risco de uma paralisação completa é baixo, segundo analistas.

Um ataque telegrafado a uma base bem defendida dos EUA poderia ser um primeiro passo para reduzir as tensões, desde que não haja vítimas americanas, disse a Energy Aspects em um post.

"A menos que haja indicações de novas retaliações iranianas ou de uma escalada por parte de Israel e dos EUA, poderemos ver algum prêmio de risco geopolítico sair do preço nos dias seguintes", disse.

O Catar disse que não houve vítimas do ataque à base militar dos EUA.

O Irã, que é o terceiro maior produtor de petróleo da Opep, afirmou na segunda-feira que o ataque dos EUA às suas instalações nucleares expandiu a gama de alvos legítimos para suas forças armadas e chamou o presidente dos EUA, Donald Trump, de "jogador" por se juntar à campanha militar de Israel contra a República Islâmica.

Enquanto isso, Trump expressou o desejo de que os preços do petróleo sejam mantidos baixos em meio a temores de que os combates em andamento no Oriente Médio possam causar um aumento. Em sua plataforma Truth Social, ele se dirigiu ao Departamento de Energia dos EUA, incentivando a perfuração, com sua frase "drill, baby, drill", e dizendo: "Quero dizer agora".

Os investidores ainda estão avaliando a extensão do prêmio de risco geopolítico, já que a crise do Oriente Médio ainda não prejudicou a oferta.

(Reportagem de Arathy Somasekhar em Houston, Robert Harvey em Londres, Mohi Narayan em Nova Déli e Siyi Liu em Singapura)

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