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Petrobras apresenta projeto de R$ 46 milhões para reduzir impactos ambientais na Margem Equatorial e aguarda decisão do Ibama

Estatal reforça compromisso com segurança e sustentabilidade enquanto enfrenta lentidão do órgão ambiental na liberação da licença

Presidenta da Petrobras Magda Chambriard, e a margem equatorial (Foto: Roberto Farias / Agência Petrobras)

247 – A Petrobras apresentou ao Ibama um projeto de R$ 46,7 milhões destinado à mitigação de impactos ambientais na perfuração de um poço na Margem Equatorial, última etapa para a obtenção da licença de operação. O valor representa 6% do custo total do projeto exploratório, estimado em R$ 842,4 milhões, conforme revelou reportagem da Folha de S.Paulo.

A proposta detalha um conjunto de medidas preventivas e corretivas, incluindo monitoramento marítimo, planos de emergência para fauna marinha, logística de suprimentos e reforço de segurança operacional, além de novos protocolos de resposta rápida a incidentes.

 Segundo a Petrobras, o investimento busca “garantir a máxima proteção ambiental e demonstrar que a exploração na Margem Equatorial pode ser conduzida com segurança, tecnologia e responsabilidade”.

Compensação ambiental e burocracia

O Ibama definiu uma compensação ambiental de 0,5%, o teto legal, o que equivale a R$ 3,96 milhões. O valor será repassado ao ICMBio e destinado a unidades de conservação da região, como o Parque Nacional do Cabo Orange e a Área de Proteção Ambiental da Costa do Cabo Norte.

Apesar de ter cumprido todas as exigências técnicas e apresentado esclarecimentos adicionais sobre planos de contingência e comunicação de emergência, a estatal ainda aguarda o aval do Ibama. O ritmo lento de análise do órgão ambiental tem sido criticado por especialistas do setor, que apontam excesso de burocracia e entraves ideológicos na tramitação de projetos estratégicos.

Sustentabilidade e segurança operacional

Os documentos enviados pela Petrobras mostram que a empresa investe de forma inédita na gestão de riscos ambientais da Margem Equatorial, com base em estudos sísmicos detalhados e monitoramento em tempo real da fauna marinha.
O projeto prevê embarcações especializadas e centros de controle integrados, além de parcerias com instituições científicas para acompanhar a operação.

Os R$ 792,6 milhões restantes correspondem ao custo direto da perfuração — incluindo a sonda, operação técnica e equipe de campo. A etapa refere-se apenas à fase exploratória, não à produção comercial, que poderá ocorrer futuramente a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá, em profundidade de 2.883 metros.

Debate ambiental e defesa da soberania energética

Embora grupos ambientalistas e algumas comunidades locais mantenham resistência ao projeto, não há indícios de falhas graves ou riscos não mitigados, segundo pareceres técnicos já entregues.
Para especialistas, a exploração na Margem Equatorial é essencial para a transição energética brasileira, garantindo novas fontes de receita para o Estado e sustentabilidade para os investimentos em energia limpa.

A Petrobras tem reiterado que sua atuação na região segue os mais altos padrões internacionais de segurança, e que a lentidão do Ibama não pode comprometer a soberania energética do país.

Petrobras e o papel estratégico da Margem Equatorial

A Margem Equatorial é considerada uma das últimas fronteiras exploratórias de petróleo em águas profundas no mundo, com potencial semelhante ao das reservas da Guiana e do Suriname — países vizinhos que já avançaram em suas campanhas exploratórias.
Para o governo e a Petrobras, o desenvolvimento responsável da região é decisivo para manter o Brasil como potência energética, conciliando crescimento econômico, preservação ambiental e combate à pobreza.

 “O Brasil tem tecnologia, competência e responsabilidade ambiental para explorar suas riquezas naturais sem comprometer a biodiversidade”, afirmam técnicos da estatal.

Com os investimentos já apresentados, a Petrobras aguarda o posicionamento final do Ibama. A expectativa é de que o órgão ambiental reconheça o cumprimento das exigências e autorize o início das atividades exploratórias, pondo fim a um impasse que retarda o progresso e a soberania energética nacional.

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