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      "O Estado brasileiro tomou o controle de volta do setor de apostas", diz secretário

      Regis Dudena destaca arrecadação de R$ 17,4 bilhões em 2025 e defende a publicidade regulada como instrumento de diferenciação

      Regis Dudena (Foto: Pedro França / Agência Senado)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – As empresas de apostas esportivas e jogos online movimentaram R$ 17,4 bilhões no Brasil apenas no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda. O levantamento é o primeiro realizado pelo governo com informações oficiais do mercado regulado, revelando o peso econômico das bets e dos jogos digitais.

      Em entrevista ao C-Level Entrevista, videocast da Folha, o secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, destacou que a regulação do setor representa um marco para o país. “O Estado brasileiro tomou o controle de volta deste setor”, afirmou, ao explicar que agora há maior transparência, segurança para a população e aumento da arrecadação.

      Arrecadação e fortalecimento do Estado

      Segundo Dudena, os dados levantados mostram que o mercado regulado já se consolidou como fonte de receitas para os cofres públicos. “Hoje nós sabemos exatamente quantos apostadores brasileiros participam dessas plataformas e qual é o resultado bruto que fica com as casas de apostas”, afirmou.

      A média mensal registrada é de R$ 2,9 bilhões em receitas brutas, um valor que fortalece a capacidade do Estado de investir em políticas públicas. Dudena frisou que, ao contrário de estimativas anteriores, a Fazenda consegue diferenciar movimentação financeira de gasto real dos apostadores, o que garante números mais consistentes para a formulação de políticas.

      Publicidade regulada como instrumento de confiança

      Outro ponto enfatizado pelo secretário foi a importância da publicidade regulada no setor. Para ele, a exposição das marcas ajuda a diferenciar empresas autorizadas daquelas que atuam de forma ilegal. “A publicidade é muito relevante para a distinção de casas de apostas autorizadas e não autorizadas”, disse.

      Dudena explicou que há restrições para evitar mensagens enganosas — como promessas de enriquecimento ou sucesso social —, mas destacou que a proibição total seria prejudicial. “Uma restrição absoluta de publicidade, eu não veria com bons olhos nesse momento de abertura do mercado”, afirmou.

      Perfil dos apostadores e responsabilidade das empresas

      O levantamento mostra que 17,7 milhões de brasileiros participam das apostas, sendo a maioria homens (71,1%) e quase metade com até 30 anos. O gasto médio é de R$ 983 por semestre, cerca de R$ 164 por mês, valor considerado não preocupante pelo governo.

      Dudena ressaltou que a responsabilidade pelo “jogo responsável” deve recair sobre as empresas, e não apenas sobre os consumidores. As casas de apostas precisam oferecer mecanismos de autolimitação, autoexclusão e monitoramento de comportamento, podendo inclusive restringir ou excluir apostadores em casos de risco.

      Regulação como avanço econômico e social

      Na avaliação do secretário, a regulação é fundamental para transformar um mercado antes descontrolado em uma atividade economicamente benéfica e socialmente monitorada. “Nós estamos cuidando, regulando e controlando quem entrou. O que vimos entre 2019 e 2022 foi descontrole. Agora estamos limpando a casa”, afirmou.

      Para Dudena, a combinação entre arrecadação, regulação da publicidade e fortalecimento do controle estatal é essencial para garantir que o setor de apostas seja sustentável e seguro. “Nós estamos fazendo de tudo para que não haja qualquer espécie de catástrofe. O Estado está atento e vai continuar acompanhando de perto esse mercado”, concluiu.

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