Josué Gomes critica tarifaço contra o Brasil: "diplomacia não é submissão"
Presidente da Fiesp defende resposta firme aos EUA e propõe agenda de união nacional para fortalecer a economia brasileira
247 - Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), realizada nesta terça-feira (5), o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, fez um duro pronunciamento contra as barreiras tarifárias que os Estados Unidos pretendem impor ao Brasil. A fala foi publicada originalmente pelo portal da Fiesp.
Segundo Josué, o país está prestes a ser atingido por um "tarifaço" que ameaça diversos setores da economia brasileira. "Estamos às vésperas da entrada em vigor de um tarifaço contra o Brasil. O que fazer diante da agressão injusta de uma potência que aprendemos a admirar e que inspirou a construção de muitas de nossas instituições?", questionou o dirigente, referindo-se aos Estados Unidos.
O presidente da Fiesp ressaltou que a tradição diplomática do Brasil não pode ser confundida com servilismo: "Para nós, o conceito de Brasil é inseparável da diplomacia, da paz, do entendimento, da harmonia com vizinhos e com o mundo. Mas diplomacia não significa submissão".
Josué defendeu uma postura prudente e aberta ao diálogo, mas com firmeza na defesa dos interesses nacionais. "Negociemos com prudência, humildade, mas com altivez e firmeza. A abertura para negociação sempre fez parte do caráter nacional, mas não devemos, na mesa de negociação, nos esquecermos de que princípios só têm valor se nos apegamos a eles mesmo quando não são convenientes."
Apesar de reconhecer os impactos que as tarifas podem causar à economia nacional, o dirigente também destacou a necessidade de agir para mitigar os prejuízos: "Se é verdade que o impacto para a economia brasileira pode ser importante, enorme para algumas empresas e setores, também é verdade que podemos dar apoio a empresas e trabalhadores ameaçados".
Para o presidente da Fiesp, a resposta mais estratégica ao desafio geopolítico é fortalecer a economia brasileira a partir de um projeto de desenvolvimento nacional. "A tarefa ainda mais fundamental — e acho que não existe fórum mais apropriado que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável — é tornar a nossa economia mais forte e independente, o que é responsabilidade de toda a sociedade brasileira", declarou.
Nesse sentido, ele defendeu a construção de um ambiente de negócios robusto, com harmonia entre as políticas fiscal e monetária, estímulo à produtividade, investimentos prioritários em educação e inovação, além de uma reforma tributária justa e segurança jurídica. "Fazer isso em torno de uma união nacional, em torno de uma agenda que reforce o ambiente de negócios do país, com harmonia entre as políticas monetária e fiscal, permitindo que o custo de capital seja compatível e estimule o investimento produtivo."
Josué enfatizou que a valorização da educação em todas as etapas da vida deve ser central nesse projeto. "Ambiente que propicie investimentos prioritários na educação de nossas crianças, de nossos jovens e de nossos adultos, promovendo assim a libertação da força criativa e laboriosa de nosso povo."
Por fim, o presidente da Fiesp enviou um recado direto às empresas estrangeiras, em especial às norte-americanas: "Falo de um projeto que incentive a todos a investirem aqui cada vez mais, inclusive as empresas americanas que sempre foram e serão bem-vindas ao Brasil".
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