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      Haddad vê chance de negociação com EUA, mas alerta: "tem que haver respeito"

      Ministro da Fazenda também afirmou perceber “algum sinal de interesse” por parte das autoridades estadunidenses em retomar o diálogo

      Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília - 03/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
      Paulo Emilio avatar
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      247 - A poucos dias da entrada em vigor das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (29) que ainda acredita na possibilidade de uma negociação com o governo norte-americano. O ministro, no entanto, condicionou o avanço do diálogo a um ambiente de respeito mútuo e criticou decisões unilaterais tomadas por Washington.

      “Tem que haver uma preparação antes para que [a negociação] seja respeitosa, para que os dois povos sejam valorizados na mesa de negociação”, afirmou o ministro, de acordo com O Globo. Haddad reforçou que o Brasil aguarda um posicionamento oficial do governo do presidente Donald Trump sobre as duas cartas enviadas recentemente pelo Palácio do Planalto.

       “O foco nosso é uma resposta dos americanos, que eles se manifestem em relação às duas cartas que foram enviadas, para que eles possam se manifestar sobre os pontos de negociações e a gente enderece uma solução”, explicou.

      Questionado sobre a chance de adiamento da tarifa, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, o ministro foi cauteloso. “Eu não sei, porque tem sido uma decisão unilateral, não só em relação ao Brasil, com outros países também”, ponderou. Ainda assim, ressaltou que o governo brasileiro se preparou para enfrentar o cenário adverso. 

      “Estamos muito confiantes de que preparamos um trabalho que vai permitir o Brasil superar esse momento, que não foi criado por nós, mas o Brasil vai estar preparado para cuidar de suas empresas, trabalhadores, enquanto busca racionalidade e respeito mútuo”, acrescentou.

      Haddad também afirmou perceber “algum sinal de interesse” por parte das autoridades estadunidenses em retomar o diálogo. “Eu acredito que, nesta semana, já há algum sinal de interesse em conversar. E há uma maior sensibilidade de algumas autoridades dos Estados Unidos de que, talvez, tenha se passado um pouquinho e, que, queiram conversar”, afirmou. Segundo ele, empresários têm informado ao governo brasileiro que há uma maior abertura no ambiente político dos EUA para reverter a sobretaxa.

      Na véspera, o ministro da Fazenda e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, apresentaram ao presidente Lula os cenários e planos de contingência montados para responder à medida de Trump. Segundo Haddad, as possíveis reações do Brasil já foram compartilhadas com o chefe do Executivo, mas ainda não há uma definição sobre qual caminho será adotado. Indagado se o governo cogita retomar mecanismos como o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego, usado na pandemia, o ministro confirmou que esse é um dos cenários considerados. 

      “Dentre os vários cenários, há um que estabelece algo assim... mas não sei qual cenário o presidente vai escolher, por isso não posso adiantar as medidas que serão anunciadas por ele, quem vai decidir a escala, montagem, oportunidade e conveniência é o presidente”, declarou.

      Além das medidas internas, o governo também intensificou as articulações diplomáticas. Em Nova York, o chanceler Mauro Vieira reiterou que o Brasil está disposto ao diálogo para evitar o início da sobretaxa. Já em Washington, uma comitiva formada por oito senadores brasileiros busca sensibilizar congressistas dos partidos Democrata e Republicano. 

      Nesta terça-feira, eles se reúnem com parlamentares dos dois partidos para tentar adiar ou reverter a medida. No dia anterior, os senadores conversaram com empresários norte-americanos na Câmara de Comércio dos EUA, tentando mobilizar setores do empresariado contra a medida anunciada por Donald Trump.

      Segundo Haddad, essa articulação faz parte de uma estratégia mais ampla, que visa abrir caminho para uma conversa direta entre os presidentes Lula e Trump. “Não existe obstrução de canal entre nós, o Mauro está lá, tem oito senadores lá, quando chefes de Estado vão conversar, tem uma preparação antes”, disse.

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