Haddad diz que negociações seguem após exceções em tarifaço dos EUA: “estamos em um ponto de partida mais favorável”
"Há muita injustiça nas ações anunciadas ontem, há correções a serem feitas", disse o ministro
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (31) que o decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que eleva para 50% a alíquota sobre produtos brasileiros, surpreendeu positivamente em alguns aspectos e abre espaço para negociações futuras. As declarações foram dadas à imprensa na portaria do Ministério da Fazenda.
“Estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava, mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas ações anunciadas ontem, há correções a serem feitas, há setores que foram afetados e não deveriam ser”, declarou Haddad.
O decreto americano, publicado na quarta-feira (30), impôs a chamada “sobretaxa de 50%” sobre produtos brasileiros, mas também incluiu uma lista de aproximadamente 700 exceções, preservando segmentos estratégicos como o setor aeronáutico, o energético e parte do agronegócio.
Segundo cálculos da Amcham Brasil, com a exclusão de 694 itens da lista de tarifas, cerca de 43% das exportações brasileiras aos Estados Unidos em 2024 não foram atingidas pela nova medida.
Apesar disso, Haddad alertou para os impactos negativos sobre setores sensíveis da economia brasileira. “Há casos dramáticos entre os afetados”, disse. Produtos como café, carne bovina e frutas estão entre os que devem sentir os efeitos com mais intensidade.
O ministro destacou ainda que o governo está se preparando para adotar medidas de apoio aos setores prejudicados. “Nós vamos agora calibrar, justamente à luz do que foi anunciado ontem, vamos fazer a calibragem para que isso possa acontecer o mais rápido possível. Os atos já estão sendo preparados”, afirmou.
Além disso, Haddad reiterou a importância de diversificar os mercados de exportação brasileiros para reduzir a dependência de blocos econômicos específicos. “Estamos ampliando as nossas exportações, mas procurando equilibrar entre os vários destinos, justamente para não ter dependência em nenhum dos blocos econômicos e poder funcionar a economia”, explicou.
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