Governo fatiará resposta ao tarifaço dos EUA e adotará medidas por setor
Plano de reação será construído com base nos impactos específicos da nova tarifa de 50% imposta por Donald Trump às exportações brasileiras
247 - Diante das sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o governo brasileiro decidiu adotar uma estratégia segmentada para responder ao novo imposto de 50% sobre produtos nacionais. Segundo apuração do portal Metrópoles, a decisão foi tomada após reunião de emergência realizada na noite de quarta-feira (30), no Palácio do Planalto.
Em vez de uma reação única, a resposta será construída a partir dos impactos setoriais provocados pela medida norte-americana, com possibilidade de compensações específicas e abertura de negociações bilaterais com Washington.
O governo dos EUA tomou como pretexto para impor a nova tarifa, alegações de segurança nacional e direitos humanos.
Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foram encarregados de mapear os prejuízos por setor.
Segundo o Metrópoles, o vice-presidente da República e titular do MDIC, Geraldo Alckmin, deve apresentar ainda nesta quinta-feira um panorama preliminar com estimativas de perdas em volume e valor. Esses dados orientarão a construção de um conjunto de ações específicas por área produtiva.
A ideia central é substituir uma medida única por uma série de políticas direcionadas. Setores mais afetados poderão receber incentivos fiscais, apoio financeiro emergencial ou mecanismos de estímulo às exportações, incluindo a busca por novos mercados.
Também está em análise a adoção de compensações pontuais para segmentos mais vulneráveis ao impacto imediato da tarifa. Paralelamente, o Itamaraty avalia o lançamento de nova rodada de conversas com os Estados Unidos para tentar mitigar os efeitos da decisão ou negociar sua reversão.
A reunião de emergência, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contou com a participação dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). O chanceler Mauro Vieira, que está em missão oficial nos EUA, foi representado por técnicos do Ministério das Relações Exteriores.
Com duração aproximada de uma hora, o encontro teve como objetivo alinhar as principais áreas do governo em torno da crise provocada por Trump. Embora nenhuma medida concreta tenha sido anunciada até o momento, a reunião serviu como ponto de partida para a definição do plano de resposta, cujas discussões começam formalmente nesta quinta-feira (31).
Nos bastidores do Planalto, o clima é de cautela, mas também de firmeza. A intenção do governo Lula é agir com rapidez, sem abrir mão do diálogo diplomático. Como declarou o presidente Lula nesta semana, em reação às sanções: “Hoje é o dia sagrado da soberania”.
A expectativa é que, a partir dos dados fornecidos por Alckmin e Haddad, o governo defina nas próximas semanas o escopo das medidas a serem adotadas, com prioridade para setores como agronegócio, siderurgia e manufatura, que historicamente têm forte presença nas exportações para os Estados Unidos.
Enquanto isso, cresce a pressão de entidades empresariais por uma reação proporcional. Representantes da indústria e da agricultura já manifestaram preocupação com os efeitos da tarifa e querem medidas rápidas para proteger a competitividade dos produtos brasileiros.
A crise tarifária abre um novo capítulo na já tensa relação entre o governo de Donald Trump e o Brasil, exigindo articulação política e técnica por parte do Palácio do Planalto para preservar os interesses nacionais.
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