Expectativa de corte de juros do Fed impulsiona Wall Street e mercados asiáticos
Desaceleração no mercado de trabalho dos EUA reforça apostas de redução das taxas de juros, favorecendo ações e títulos globais
247 - Os mercados asiáticos devem abrir em alta nesta sexta-feira (5), impulsionados pela crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos anunciará um corte nas taxas de juros ainda neste mês.
A previsão de corte está sendo reforçada pelos sinais de desaceleração no mercado de trabalho americano, com dados de emprego que indicam um enfraquecimento no crescimento das vagas. Como resultado, os investidores acreditam que uma redução das taxas de juros é necessária para suavizar os impactos dessa desaceleração econômica.
Conforme relatado pela Bloomberg em reportagem, as bolsas asiáticas apresentaram alta nesta sexta-feira, refletindo os ganhos de Wall Street, que alcançou novos recordes na quinta-feira, 4 de setembro. O índice S&P 500, por exemplo, avançou 0,8%, e o Nasdaq 100 subiu 0,9%, ambos atingindo picos históricos. Além disso, os futuros dos índices do Japão, Austrália e Hong Kong também registraram altas.
O mercado de títulos, especialmente os Treasuries de dois anos, observou uma queda de três pontos base, o menor valor registrado em um ano. Esse movimento do mercado é um reflexo direto da crescente probabilidade de uma redução nas taxas de juros, com os mercados financeiros já precificando uma redução das taxas de juros em setembro e pelo menos mais duas até o final de 2025.
A pressão sobre o Federal Reserve aumenta à medida que o mercado de trabalho dos Estados Unidos continua a apresentar sinais de enfraquecimento. O relatório de empregos de agosto, que será divulgado nesta sexta-feira, deve mostrar uma desaceleração mais acentuada, com a criação de apenas 75 mil postos de trabalho, o que representaria o quarto mês consecutivo com crescimento abaixo de 100 mil vagas.
A taxa de desemprego também deve subir para 4,3%, o maior nível desde 2021. Essa desaceleração nas contratações está gerando preocupações de que a economia dos Estados Unidos possa estar desacelerando de forma mais acentuada do que o esperado. "Muitos investidores estão claramente esperançosos por cortes de taxas, mas é importante lembrar de ter cautela com o que desejamos", alertou Steve Sosnick, chefe de estratégia de mercado da Interactive Brokers. "Dados que mostrem uma desaceleração suave, mas não catastrófica, no mercado de trabalho seriam ideais para esse objetivo. No entanto, dados de queda acentuada podem levar o Fed a reduzir ainda mais as taxas, o que também geraria preocupações de que o banco central está ficando muito atrás da curva."
Além disso, o cenário internacional também está afetando o mercado financeiro. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva na quinta-feira, 4 de setembro, implementando um acordo comercial com o Japão.
Esse acordo impõe uma tarifa máxima de 15% sobre a maioria dos produtos japoneses, o que pode afetar as relações comerciais globais. Por outro lado, os mercados chineses estão sob vigilância, já que o índice de ações do país caiu mais de 2% na quinta-feira. Isso gerou especulações sobre possíveis medidas de resfriamento por parte das autoridades financeiras da China para conter os ganhos rápidos no mercado acionário.
A atenção agora se volta para o relatório de empregos dos Estados Unidos, que será divulgado nesta sexta-feira. As expectativas apontam para a criação de 75 mil vagas, com uma taxa de desemprego que deve subir para 4,3%.
Esse dado, combinado com o aumento das reclamações de desemprego e a desaceleração nas contratações, pressiona o Federal Reserve a tomar medidas para apoiar a economia. "A isenção do Federal Reserve sobre o mercado de trabalho acabou. Esperem que o Fed incline sua balança de riscos para um corte nas taxas em setembro", afirmou Jamie Cox, da Harris Financial Group.
Além disso, o mercado de commodities também foi afetado por essas expectativas. O preço do ouro, que atingiu um recorde na quinta-feira, 4 de setembro, registrou uma queda nesta sexta-feira, enquanto o petróleo também abriu em baixa devido a preocupações com um possível aumento na oferta da OPEC+ durante sua reunião no domingo, 7 de setembro.