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      Ações da Ásia caem com recuo do setor de tecnologia

      O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,9%

      Ações da Ásia (Foto: REUTERS/Issei Kato)
      Bianca Penteado avatar
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      (Reuters) – As ações asiáticas começaram a nova semana em queda nesta segunda-feira, após uma decisão judicial adicionar mais incertezas à política tarifária dos Estados Unidos e investidores aguardarem a divulgação dos números de emprego norte-americanos, que podem definir o rumo dos cortes de juros no país.

      O feriado nos EUA reduziu a liquidez nos mercados, embora futuros de Wall Street e da Europa ainda operassem em leve alta após a correção registrada na sexta-feira.

      O dólar e os títulos soberanos tiveram pouca variação no início de uma semana carregada de indicadores, incluindo sondagens de manufatura e serviços, além de diversos dados do mercado de trabalho, que culminam com o relatório de empregos de agosto na sexta-feira.

      As previsões medianas apontam para a criação de 75 mil vagas, mas as estimativas variam de zero a 110 mil, em meio à incerteza após o resultado surpreendentemente fraco de julho. A taxa de desemprego é esperada em leve alta, para 4,3%.

      Analistas alertam que o relatório de agosto tem mostrado, ao longo da última década, tendência de ficar abaixo das expectativas. Um resultado em linha ou mais fraco deve consolidar as apostas do mercado de que o Federal Reserve cortará os juros em sua reunião de 17 de setembro, algo que os contratos futuros já precificam em quase 90% de probabilidade.

      “Embora os dados de inflação e crescimento não apontem de forma clara para um corte, neste momento seria necessária uma surpresa muito positiva no emprego para impedir o Fed de avançar, dado o receio com a forte desaceleração recente na criação de postos de trabalho”, afirmou Michael Feroli, economista-chefe dos EUA no JPMorgan.

      A perspectiva de custos de empréstimos mais baixos tem sustentado Wall Street perto de recordes históricos e pode ser oportuna, considerando que setembro tem sido o pior mês para o S&P 500 nos últimos 35 anos.

      No início desta segunda, os futuros do S&P 500 subiam 0,2%, enquanto os do Nasdaq avançavam 0,3%. Os futuros do EUROSTOXX 50 ganhavam 0,3%, os do FTSE avançavam 0,1% e os do DAX, 0,3%.

      O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,9%, acompanhando a queda das ações de tecnologia nos EUA na sexta-feira. Já o mercado da Coreia do Sul recuou 0,5%.
      O MSCI mais amplo da Ásia-Pacífico fora do Japão recuou 0,1%, após atingir na semana passada o maior nível em quatro anos, impulsionado pela alta das ações chinesas.

      A incerteza no comércio global permaneceu após um tribunal de apelações dos EUA decidir que várias tarifas amplas impostas pelo presidente Donald Trump eram ilegais, mas manteve as medidas em vigor até meados de outubro, enquanto aguarda apelação à Suprema Corte.

      A Casa Branca ainda possui meios para aplicar tarifas setoriais, mas a decisão lança dúvidas sobre acordos comerciais já concluídos ou em negociação. As conversas com o Japão enfrentam impasse sobre o arroz, enquanto as tratativas com a Coreia do Sul estão estagnadas.

      “Se a Suprema Corte confirmar a decisão, o Tesouro teria de devolver a maior parte dos quase US$ 100 bilhões arrecadados em tarifas adicionais nos últimos cinco meses, e existe o risco de outros países retrocederem em acordos preliminares”, avaliou Paul Ashworth, economista-chefe da América do Norte na Capital Economics.

      Os investidores também estão atentos aos ataques de Trump à independência do Fed nesta semana. A diretora Lisa Cook deve apresentar novos argumentos contra sua demissão na terça-feira. Uma audiência de confirmação para Stephen Miran, indicado por Trump para outro cargo no Fed, está prevista para quinta-feira.

      A pressão política por cortes mais rápidos nos juros tem pesado sobre o dólar, que estava em 97,788 após recuar 2,2% em agosto. O euro subia 0,1%, a US$ 1,1697, enquanto o dólar se mantinha a 147,17 ienes.

      Nos mercados de commodities, o ouro se beneficiou da queda do dólar e da expectativa de juros mais baixos, avançando 2,2% na semana passada e ficando próximo da máxima de quatro meses, em US$ 3.444 a onça.

      Já os preços do petróleo recuavam diante da previsão de aumento da produção da OPEP+ nos próximos meses. O Brent cedia 0,2%, a US$ 67,35 o barril, enquanto o WTI dos EUA recuava 0,2%, a US$ 63,89 o barril.

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