EUA já temem o fechamento do Estreito de Ormuz e voltam a ameaçar o Irã
Após ataques a instalações nucleares iranianas, governo de Teerã cogita bloquear rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo global
247 – A tensão entre Irã e Estados Unidos atingiu um novo patamar neste domingo (22), com a possibilidade concreta de Teerã fechar o Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo para o comércio de petróleo e gás. O alerta surgiu após a emissora estatal iraniana Press TV informar que o Parlamento do país aprovou uma moção permitindo o fechamento da passagem estratégica, em resposta aos bombardeios norte-americanos contra instalações nucleares iranianas nas cidades de Fordow, Natanz e Esfahan. A notícia foi publicada pelo portal RT.
O Estreito de Ormuz é um corredor vital que conecta o Golfo Pérsico ao Mar de Omã e, por consequência, aos mercados globais. Cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo passa por essa estreita faixa de mar, que em seu ponto mais estreito tem apenas 33 quilômetros de largura. Qualquer tentativa de bloqueio da passagem representaria uma ameaça direta à estabilidade energética global e elevaria drasticamente os preços internacionais do petróleo e do gás.
Diante dessa possibilidade, o governo dos Estados Unidos reagiu com novas ameaças. O secretário de Estado, Marco Rubio, e o vice-presidente J.D. Vance alertaram que o fechamento do estreito seria um “grande erro”. Ambos tentaram desmobilizar a resposta iraniana, afirmando que é “hora da paz” e pedindo que o Irã não retalie os ataques norte-americanos.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, classificou os bombardeios como uma violação de todos os tratados internacionais. “O Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo”, declarou. A retórica firme indica que a crise pode evoluir rapidamente para um confronto regional de grandes proporções.
A Rússia também se posicionou de forma crítica aos ataques. O Ministério das Relações Exteriores do país repudiou a ação militar dos EUA e pediu uma solução diplomática. “A decisão irresponsável de atacar com mísseis e bombas o território de um Estado soberano, quaisquer que sejam os argumentos apresentados, representa uma grave violação do direito internacional, da Carta da ONU e das resoluções do Conselho de Segurança”, afirmou a chancelaria russa.
Além do risco no Estreito de Ormuz, a instabilidade na região se estende ao Mar Vermelho. Um porta-voz dos Houthis, grupo iemenita alinhado ao Irã, advertiu que, caso os EUA ampliem sua presença no conflito, navios de guerra norte-americanos serão alvo no Mar Vermelho.
O pano de fundo da atual escalada envolve a operação “Leão em Ascensão”, lançada por Israel como um ataque “preventivo” para impedir o suposto avanço do Irã em direção à bomba nuclear. Teerã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos e classificou os bombardeios israelenses como um ato de guerra. Em resposta, o Irã já iniciou ataques com drones e mísseis.
De acordo com o Ministério da Saúde do Irã, os ataques israelenses já mataram ao menos 430 pessoas e feriram mais de 3.500 civis. Do lado israelense, foram registradas 25 mortes e cerca de 2.500 feridos, segundo autoridades locais.
A escalada militar no Golfo Pérsico, combinada à ameaça de fechamento do Estreito de Ormuz, representa um risco concreto à segurança global e à economia mundial. A comunidade internacional, diante dos últimos acontecimentos, se vê diante de mais um impasse geopolítico que poderá redefinir os rumos da estabilidade no Oriente Médio.
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