EUA e China prorrogam trégua tarifária por mais 90 dias
Medida adia aumento de tarifas até novembro e busca manter estabilidade nas relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a prorrogação por mais 90 dias da trégua que suspende o aumento de tarifas sobre produtos chineses, estendendo o prazo até 10 de novembro. A decisão, divulgada pela Bloomberg, adia um reajuste previsto para esta semana e visa reduzir tensões comerciais que vinham pressionando mercados e empresas em escala global.
De acordo com a publicação, a medida foi acertada após negociações recentes entre autoridades americanas e chinesas, que concordaram também em flexibilizar restrições à exportação de ímãs de terras raras e certas tecnologias. “Todos os outros elementos do Acordo permanecerão os mesmos”, declarou Trump no Truth Social, indicando que não há mudanças substanciais na política comercial vigente. Pequim, por sua vez, confirmou que manterá a suspensão de suas tarifas adicionais pelo mesmo período.
Acordo evita escalada e abre espaço para diálogo
O entendimento evita que as tarifas americanas sobre produtos chineses subam para pelo menos 54%, patamar que entraria em vigor caso o prazo não fosse renovado. A trégua foi inicialmente estabelecida em maio, quando os EUA reduziram as tarifas para 30% e a China baixou seus impostos para 10%, retomando ainda a exportação de terras raras para o mercado americano.
Trump ressaltou que Washington e Pequim continuarão a debater temas sensíveis, incluindo taxas ligadas ao tráfico de fentanil, a compra chinesa de petróleo russo e iraniano sob sanção e a atuação de empresas americanas na China. “Por meio dessas discussões, a RPC continua a tomar medidas significativas para remediar acordos comerciais não recíprocos e abordar as preocupações dos Estados Unidos”, afirmou.
Possível encontro entre Trump e Xi Jinping
A extensão pode abrir caminho para uma visita de Trump à China no fim de outubro, coincidindo com uma reunião internacional na Coreia do Sul. O encontro seria uma nova tentativa de reforçar o diálogo bilateral, que teve avanços nas últimas rodadas de conversas lideradas pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-premiê chinês, He Lifeng.
Disputas tecnológicas e exportação de chips
Apesar do clima de trégua, a disputa no setor de tecnologia segue como ponto de tensão. A China teria orientado empresas a evitar o uso do chip H20 da Nvidia, enquanto o governo Trump autorizou recentemente a venda de uma versão reduzida do acelerador de inteligência artificial ao mercado chinês. O fluxo de ímãs de terras raras — essenciais para setores como baterias e defesa — apresentou recuperação parcial em junho, mas segue abaixo dos níveis registrados antes das restrições impostas por Pequim.
Contexto geopolítico e impacto econômico
Analistas da Bloomberg Economics avaliam que a medida pouco altera a posição comercial enfraquecida da China diante de acordos firmados pelos EUA com outros países, que garantiram tarifas mais baixas e deixaram Pequim sem prazo claro para um pacto mais amplo.
Com a trégua em vigor, EUA e China ganham tempo para buscar um equilíbrio em áreas estratégicas, evitando uma nova escalada que poderia impactar setores-chave como defesa, semicondutores e energia.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: